28.08.2019 Saúde Pública

Alimentação da mulher deve ser diferente para prevenir doenças específicas

1) As mulheres devem ter alimentação diferente dos homens?

Homens e mulheres, apesar de não terem o hábito em função da cultura alimentar do mundo ocidental, precisam se alimentar de forma diferente, mas com um objetivo comum: agir preventivamente contra as doenças gerais e específicas de cada gênero. Em função de patologias que acometem mais as mulheres e vice-versa, alimentos podem contribuir ou não com essa prevenção. A alimentação em geral deve ser equilibrada, tanto qualitativamente quanto quantitativamente, de forma individualizada. Para isso, vários fatores devem ser considerados na hora da elaboração do cardápio: peso, altura, sexo, idade, compleição óssea, atividade física e intelectual, fator estresse, patologias de base, hábitos alimentares e riscos nutricionais. Os alimentos contidos nas refeições do dia-a-dia têm a mesma propriedade para todas as pessoas, no entanto, os benefícios reais de cada alimento dependerão das necessidades nutricionais de cada um, bem como dos hábitos de vida.

2)Como deve ser a alimentação da mulher?

Para a mulher, o direcionamento da alimentação deve ser principalmente preventivo contra doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose e as dificuldades da menopausa. Para evitar doenças cardiovasculares e câncer, é necessário evitar consumir alimentos com excesso de gordura saturada como, por exemplo, frituras, carnes gordas, produtos industrializados e sorvete. As mulheres devem dar preferência para uma alimentação mais natural possível.

3) A menopausa altera o metabolismo e alimentação deve ser especial?

Devido a baixa nos níveis de estrógeno, que ocorre no período do climatério (que antecede o fim da menstruação), a mulher é afetada principalmente em sua pele e suas curvas. Há uma diminuição do colágeno que provoca a perda da elasticidade da pele e dos vasos sangüíneos, assim como a massa muscular diminuir e aumenta a concentração de gordura corporal, principalmente na região abdominal.
À medida que a produção de estrógeno cai, as taxas de colesterol e triglicérides no sangue tendem a aumentar, a absorção do cálcio pelos ossos fica prejudicada e, deste modo, aparecem os riscos para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares e osteoporose. Tudo isso deve ser compensado com a alimentação.
Se estiver nessa fase, a mulher deve redobrar os cuidados com o cardápio, sempre com planejamento: controle do consumo de alimentos gordurosos, sal e açúcar; ingestão diária de, no mínimo, cinco porções de hortaliças e grãos. As refeições devem conter apenas 1/3 de carne magra e 2/3 de cereais integrais, hortaliças e grãos. A linhaça contém lignanas, um tipo de fitoestrógeno, utilizado como alternativa para a Terapia de Reposição Hormonal (TRH). Além disso, a mulher deve aumentar o consumo de alimentos fontes de cálcio (leite e iogurtes desnatados, queijos brancos e magros, soja e derivados). Incluir o leite de soja é uma ótima opção: três a quatro copos por dia.
Como o ferro prejudica a absorção de cálcio, o ideal é não misturar alimentos fontes de cálcio (leite, queijos e iogurtes) e de ferro (carnes). Tome, ao longo do dia, muita água e chás de folhas verdes (cidreira, melissa, hortelã, ban-cha etc.) e consuma soja e derivados. Uma dieta que inclui 25 gramas de soja por dia contribui para a diminuição dos riscos de doenças do coração.

4) As mulheres têm mais tendência para ter anemia?

As mulheres têm mais tendência a anemia, por conta da perda de sangue mensal na menstruação, precisam ficar atentas às fontes de ferro e ácido fólico. Derivados do leite, carnes e vegetais verdes escuros são imprescindíveis. É recomendado também o consumo diário de fibras, importantes para evitar a constipação intestinal, mais comum no gênero feminino. Devem fugir das comidas ricas em sódio como embutidos e salgadinhos industrializados, principalmente para prevenir a hipertensão. É necessário pensar que alguns alimentos possuem propriedades nutricionais não tão importantes e podem agregar as famosas “calorias vazias”: são mais calóricos do que nutricionalmente completos”.

5) Qual dieta que não faz mal a saúde?

Dieta que não faz mal: a equilibrada!
O ideal de beleza pode levar as mulheres a fazer dietas mirabolantes (da lua, da sopa etc.) ou da moda (Dr. Atkins, South Beach, do tipo sangüíneo), todas perdem no quesito equilíbrio nutricional. A única dieta que não faz mal, a recomendada, é uma dieta equilibrada. Todos os alimentos devem fazer parte desse equilíbrio, nada deve ser deixado de fora. No entanto existem alimentos que devem ser evitados, porém essa indicação deve ser feita por um profissional, que irá individualizar a dieta. Nada deve ser comum, padronizado: a dieta não pode ser “engessada”. As dietas da moda excluem alimentos importantes como carboidratos, proteínas ou lipídeos de modo que não servem para manter os hábitos de vida saudáveis.
Além dos cuidados com os hábitos alimentares, a mulher deve para de fumar, evitar bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos regularmente e realizar exames médicos periódicos para o controle da glicemia, pressão arterial, níveis de colesterol e triglicérides. No mais, não tomar nenhum medicamento ou suplemento nutricional por conta própria são fundamentais. Faça acompanhamento médico e nutricional.

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