03.05.2023 Outras Patologias

Discinesia tardia: entenda quais são os sinais e sintomas

Por CDD

Discinesia tardia pode ocorrer após uso de medicamentos para esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão; entenda

A discinesia tardia é uma condição complexa que pode apresentar sintomas sutis ou graves. Ela ocorre em alguns casos em que o paciente faz uso de antipsicóticos, atieméticos e estimulantes gástricos, por exemplo, que são medicamentos muitas vezes receitados para controlar uma condição de base, como a esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão. A discinesia tardia afeta o sistema nervoso e causa movimentos involuntários repetitivos, como fazer caretas e piscar os olhos.

É importante ressaltar que a palavra ‘tardia’ significa que os sintomas podem surgir após um certo tempo de uso das medicações. De acordo com explicação da biomédica Erika Kinjo, consultora científica da Teva, isso ocorre entre um período de três meses ou mais de utilização, mas o mais comum é surgirem após dois anos – e é irreversível na maioria dos casos, com taxas de persistência dos sinais entre 67% e 88% mesmo após a suspensão das medicações, segundo o DSM-V, Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria. “O tratamento da doença de base é um fator muito importante e não deve ser alterado sem o conhecimento do médico que acompanha o paciente”, afirma a profissional.

Algumas das medicações que podem causar a discinesia tardia são: clorpromazina, flufenazina, pimozida, haloperidol, risperidona, olanzapina, quetiapina, proclorperazina, metoclopramida. A discinesia tardia é heterogênea e os sintomas podem piorar com o estresse, a ansiedade ou variar ao longo do dia.

Como se apresentam os sintomas da discinesia tardia?

Segundo explicação da biomédica Érika Kinjo, a pessoa apresenta movimentos involuntários com a boca, como apertar os lábios, colocar a língua para fora, franzir as laterais ou fazer como uma “boca de coelho”. Também faz caretas, franzindo a testa e as bochechas. É comum piscar de olhos constantes e movimentos rápidos com o corpo nos membros inferiores, superiores e tronco.

Outras dificuldades são registradas, como alterações da fala, dificuldade para respirar ou identificar ruídos, de mastigação e deglutição.

Para os critérios de diagnóstico da discinesia tardia são levados em consideração: movimentos involuntários aleatórios e imprevisíveis com duração de pelo menos quatro semanas, com foco na língua, parte inferior da face, mandíbula e membros inferiores e superiores, desenvolvimento associado ao uso de medicamento neuroléptico ou uso de outro agente bloqueador do receptor de dopamina por pelo menos alguns meses.

A discinesia tardia pode se desenvolver mais rapidamente em pessoas de mais idade. Se aparecer após a retirada ou mudança na medicação antipsicótica, é conhecida como discinesia emergente de retirada.

Quais são os efeitos psicológicos da discinesia tardia?

Pessoas que desenvolvem a discinesia tardia podem ter o comprometimento da adesão ao tratamento da doença de base, como já citamos, a esquizofrenia, depressão ou transtorno bipolar, por exemplo. Desesperança, frustração, raiva, medo, sentimentos de perda, constrangimento e vergonha também são esperados.

Por apresentar sinais visíveis, há o receio do julgamento ou de como é percebido pelo outro, provocando isolamento e retraimento em relação ao convívio social. No ambiente de trabalho, os sintomas podem provocar sensações de incapacidade diante de outras atividades realizadas normalmente antes da doença. “Os pacientes apresentam uma capacidade reduzida em relação ao trabalho, com queda de 22% nas atividades remuneradas”, avalia a biomédica Erika Kinjo, consultora científica da Teva.

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