Mulheres têm o dobro de diagnóstico de ansiedade e depressão em relação aos homens
Uma pesquisa do Datafolha, divulgada em agosto, revelou um dado preocupante. Três em cada dez brasileiros se sentem ansiosos, o que nos faz pensar que, se nada for feito, esse será o diagnóstico do ‘novo normal’ do século XXI, infelizmente.
Depois de ouvirem 2.534 pessoas de 16 anos ou mais, os pesquisadores descobriram que 27% das mulheres já tiveram diagnóstico de ansiedade e 20% de depressão — o dobro da taxa registrada para homens (14% e 10%, respectivamente). Cientistas de todo o mundo ainda não chegaram a uma conclusão sobre o que leva o gênero feminino a ser o mais afetado por esses dois quadros clínicos, mas podemos abordar algumas questões que certamente são evidentes na saúde feminina.
No quesito orgânico, as mulheres que apresentam taxas de estrogênio elevadas podem se sentir mais ansiosas e irritadas. Ao mesmo tempo, quantidades baixas deste hormônio podem provocar tristeza e melancolia. A ansiedade também está ligada ao cortisol, conhecido como hormônio do estresse e que estimula a produção de gordura pelo corpo.
Para além da parte biológica, as mulheres sofrem com a sobrecarga de trabalho que atravessa praticamente todas as áreas da vida, do profissional ao pessoal. A pressão por desempenho no ambiente organizacional ou como autônoma e a constante preocupação com os cuidados domésticos – que por vezes não são divididos igualmente dentro de casa, com o marido, filhos e outros integrantes da casa, faz com que a saúde mental delas fiquem constantemente no limite.
Ter um sono de qualidade, conseguir parar para se alimentar de maneira nutritiva e ter um tempo ocioso, tão necessário para recarregar as energias, parece utopia para elas. A pesquisa do Datafolha também ilustra a diferença entre os gêneros: 35% das mulheres têm problemas nesses quesitos. Para os homens, 25% dizem ter dificuldade para dormir e 33% têm problemas com a alimentação.
As consequências desse desamparo emocional são desastrosas: quadros diversos de Transtornos de Ansiedade, Depressão, Fobia Social, Síndrome do Pânico entre outros. No último ano, mais de um quinto dos brasileiros procurou ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Mas a verdade é que a grande maioria ainda não tem acesso aos serviços de saúde mental no País. E as mulheres, mais uma vez, são deixadas de lado.
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