Vivendo na pele e sentindo na vida: confira depoimentos

Por CDD

Vivendo na pele e sentindo na vida – entenda a relação entre pele e as emoções, com a importância do autocuidado e da aceitação na campanha da CDD sobre conscientização das doenças de pele de 2024.

Vivendo na pele e sentindo na vida: Alopecia Areata

“Chegou um momento que eu não queria nem pensar sobre isso, parecia que quanto mais eu pensasse sobre a alopecia, mais meu cabelo ia cair”. Há alguns anos, após uma situação de estresse pós-traumático, a maquiadora Ana Fonseca percebeu uma queda repentina de cabelo, em uma pequena área circular na cabeça. Posteriormente, com uma piora, ela teve o diagnóstico em um dermatologista: alopecia areata.

Além de trabalhar com beleza, Ana também é criadora de conteúdo. “As pessoas esperam que eu esteja sempre maquiada, esperam que meu cabelo esteja sempre impecável. E, querendo ou não, isso já é uma forma de pressão”, afirma. Segundo ela, houve melhora com o tratamento adequado. Mas, de acordo com seu depoimento, ela compreende que, por sua condição ser crônica, aprender a lidar com estresse e outros gatilhos emocionais é uma necessidade

Vivendo na pele e sentindo na vida: relação com a saúde mental

A saúde mental e saúde dermatológica estão estreitamente ligadas, tanto pelo fato que a pele pode reagir ao que está acontecendo por dentro, quanto pelas dificuldades emocionais que as doenças de pele podem causar. Quadros graves de dermatite atópica, por exemplo, têm um impacto muito grande na qualidade de vida dos pacientes.

Então, há limitações em atividades cotidianas comuns, como restrições no estudo ou trabalho, alteração no sono e falta de foco por conta da coceira, além das lesões em locais aparentes que afetam a vida social. De acordo com pesquisas, 20% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave apresentam sintomas depressivos. Para Lua Helena, que convive com dermatite atópica desde bebê, houve necessidade de psicoterapia desde muito cedo para lidar com os desafios da condição. A condição sempre foi de gravidade severa e acompanhada de outras alergias para ela.

Vivendo na pele e sentindo na vida: Dermatite Atópica

Ainda conforme a experiência de Lua Helena, o bullying e sentimento de exclusão fizeram parte da sua vida. Esse contexto foi marcado especialmente na fase escolar e pelas restrições que convive. “Um sentimento desesperador, tinha vezes que eu não podia andar. Então sempre vivi na pele a realidade que o paciente crônico atópico precisa ter atenção com a saúde mental. Hoje em dia, a gente fala mais.”

O tratamento psicoterapêutico a ajuda a lidar melhor com as questões relativas à dermatite atópica, assim como torna mais saudável a sua relação com a própria imagem. Infelizmente, o desconhecimento da maioria das pessoas acerca da condição faz com que constrangimentos sejam rotina na vida de muitas pessoas com doença de pele.

É possível ver isso no relato de Isabela Pires, mãe de uma menina que vive com a dermatite atópica. Desde a primeira infância da filha, Isabela percebeu o quanto as emoções tinham ligação com as manifestações da doença. A partir disso, a mãe passou a buscar identificar determinados padrões de comportamento de sua filha, Ana.

A fim de ajudá-la a lidar melhor com os efeitos emocionais na pele, Isabela comenta: “Cada ano as situações vão mudando, as emoções vão aflorando, especialmente agora na adolescência. Isso eu também trabalhei com ela desde pequenininha, fortalecendo a autoestima dela. Por isso, temos alguns cartões de afirmações com frases positivas”.

Vivendo na pele e sentindo na vida: estratégias

Os cartões são um exemplo citado por Isabela de estratégias utilizadas pela família para ajudar na saúde mental de Ana. Porém, Isabela cita que o principal auxiliador nesse processo é o espaço de diálogo e acolhimento que a família constrói dentro de casa.

Ou seja, ela aponta que ter espaços para acolher e extravasar emoções é importante para pessoas que vivem com problemas dermatológicos crônicos. Então, por isso o tratamento psicológico deve ser complementar ao dermatológico

para a maquiadora Ana Fonseca, além da terapia e de encontrar tratamento médico acolhedor, incluir a atividade física na rotina foi essencial para lidar com o estresse. Porém, esta manutenção também exige desafios cotidianos, já que a maternidade tem exigências frente ao cotidiano. “Nesse momento, a maior dificuldade é manter a constância das atividades físicas, já que tenho um bebê. Sinto muita falta quando não consigo comparecer”, declara.

Acesse outras notícias aqui no site da CDD, na aba de doenças de pele, e visite o site vivendonapele.org.br para conferir mais informações sobre a campanha. Também siga a CDD nas redes sociais para conferir esses depoimentos em formato de vídeo @cddcronicos.

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