A Jornada dos Pacientes com HPN: aplicações, frequência e desafios entre o SUS e o sistema privado

Por CDD

A Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) é uma doença rara, crônica e grave que afeta a produção das células sanguíneas e pode causar sintomas debilitantes, como anemia, trombose e fadiga intensa. Embora seja rara, a jornada de quem convive com HPN é marcada por uma rotina de consultas, exames e, principalmente, pelas aplicações regulares de medicamentos que transformam o cuidado, mas também impõem desafios logísticos e emocionais.

O tratamento da HPN: aplicações que mudam vidas

Os avanços da ciência permitiram que os pacientes com HPN tivessem acesso a medicamentos que bloqueiam a destruição das hemácias (hemólise), reduzindo complicações graves e aumentando a expectativa e a qualidade de vida.

Esses medicamentos, administrados por infusão endovenosa, geralmente em ambiente hospitalar ou serviço de saúde habilitado, exigem acompanhamento frequente.

Essa periodicidade impacta diretamente a rotina: conciliar trabalho, estudos, vida familiar e deslocamentos para centros de tratamento se torna parte do cotidiano de quem convive com HPN.

SUS x Sistema Privado: dois caminhos distintos

No Brasil, o acesso ao tratamento para HPN acontece de forma desigual, dependendo se o paciente está vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou ao sistema privado de saúde.

No SUS:

Os medicamentos para HPN estão incorporados ao sistema público por meio de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Isso significa que, em teoria, todo paciente com diagnóstico confirmado deve ter direito ao tratamento gratuito, padronizado nacionalmente.

Na prática, porém, há desafios de logística, distribuição e demora para início da terapia, o que pode comprometer o cuidado em determinadas regiões do país.

No sistema privado:

Pacientes com planos de saúde enfrentam um caminho diferente. A cobertura depende da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que define o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.

Em muitos casos, é necessária judicialização para garantir acesso rápido e contínuo ao medicamento, especialmente quando há demora ou negativa da operadora.

Impacto na vida real dos pacientes

Seja no SUS ou na saúde suplementar, a jornada da HPN exige planejamento, disciplina e, sobretudo, resiliência. O deslocamento frequente para hospitais, o impacto no dia a dia de trabalho e estudo e a necessidade de suporte emocional tornam a rede de apoio indispensável.

Para além dos aspectos clínicos, cada aplicação também é um lembrete da gravidade da doença, e ao mesmo tempo, da importância de um tratamento que salva vidas.

O papel da informação e da mobilização

Tornar visível a jornada das pessoas com HPN é fundamental para que políticas públicas avancem e para que operadoras de saúde reconheçam a urgência do acesso rápido e contínuo.

Fortalecer a voz dos pacientes significa lutar por:

Conclusão

A jornada dos pacientes com HPN é feita de idas e vindas a hospitais, aplicações regulares e adaptações constantes na rotina. Entre o SUS e o sistema privado, permanecem os desafios de garantir que o direito à saúde seja respeitado de forma integral.

Ao dar visibilidade a essa realidade, reforçamos um compromisso coletivo: ninguém deve ser deixado para trás por conviver com uma doença rara.

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