13.12.2023 Saúde Pública

Pesquisa da CDD revela que 42,25% das mulheres desconhecem conteúdos de métodos contraceptivos hormonais

Por CDD

Falta de cuidado em saúde com público feminino pode ser uma das causas do desconhecimento dos métodos contraceptivos; saiba mais

A Associação Crônicos do Dia a Dia realizou uma pesquisa para conhecer os contraceptivos utilizados por mulheres e se elas entendem os impactos dos medicamentos para o organismo. E o resultado é preocupante: 42,25% das respondentes afirmaram que desconhecem o conteúdo dos métodos hormonais. Foram ouvidas 120 pessoas de todas as regiões do País, com um ou até oito diagnósticos de doenças crônicas. 

“O que me chamou atenção é a questão do conhecimento do método. Isso é quase uma violência com mulheres porque, não tendo informação, elas não conseguem saber os sintomas que os medicamentos podem causar. Ninguém comunica que isso é importante. É muito fácil usar um anticoncepcional, pois todo mundo usa, logo, ‘não preciso me questionar’. Agora quem tem doença crônica só vai pensar nisso quando recebe o diagnóstico e se depara com alguma dificuldade ou questionamento”, avalia a neurologista Raquel Vassão, especialista em Esclerose Múltipla.

A maioria das entrevistadas é casada ou vive em união estável. Coincidência ou não, 48% das mulheres ouvidas disseram que nunca usam camisinha contra 25% das que utilizam em todas as relações sexuais. Das que utilizam métodos contraceptivos hormonais, a maior parte, ou seja, 85% pretendem evitar a gravidez, 21% querem reduzir os sintomas menstruais e TPM e 19% não desejam mais menstruar.

Quanto ao tipo de administração, 26,67% delas usam via oral e 20,83% optam pelo DIU hormonal. “Provavelmente, muitas mulheres vão para o DIU esperando que isso gere um menor impacto na doença crônica”, afirma Raquel Vassão.

Será que o diagnóstico de uma condição crônica influencia a escolha do contraceptivo? “De acordo com a pesquisa realizada pela CDD, 23,53% das mulheres mudaram o método que utilizavam após o diagnóstico, ou porque a contracepção hormonal poderia influir no curso da doença ou porque decidiram não ter mais filhos após o diagnóstico”, avalia Raquel Vassão. 

E quais doenças crônicas foram atreladas à essa mudança de comportamento? “Nos nossos dados, algumas mulheres com doenças, como Esclerose Múltipla e NMO, e sequelas neurológicas (paraparesia), que não quiserem ter mais filhos após o diagnóstico. Também mulheres com enxaqueca, hipertensão arterial, doenças reumatológicas trocaram o método contraceptivo por risco de influência no curso da doença”, conclui a neurologista.

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