22.01.2024 Saúde Mental

Qual a diferença entre Discinesia Tardia e Acatisia?

Por CDD

Discinesia Tardia e Acatisia são alterações motoras são ocasionadas após uso de alguns antipsicóticos; entenda

A discinesia tardia é uma condição de saúde mental complexa que pode apresentar sintomas sutis ou graves. Ela ocorre em alguns casos em que o paciente faz uso de antipsicóticos e medicamentos muitas vezes receitados para controlar uma condição de base, como a esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressão.

A condição afeta o sistema nervoso e causa movimentos involuntários repetitivos, como explica o psiquiatra Pedro Gabriel Lorencetti, supervisor do Programa de Esquizofrenia da Unifesp (Proesq): “Alterações na face são mais comuns, em cerca de dois terços dos indivíduos. Também ocorrem movimentos de boca, como se tivessem mandando beijinhos, fazendo caretas, movimentos mastigatórios e de uma maneira que chama atenção. Não é o dia todo que acontece, apenas em alguns momentos, e têm uma ligação também com o estado emocional da pessoa. Quando está mais ansiosa ou estressada, ela apresenta movimentos mais intensos”, afirma.

O médico ressalta que a discinesia tardia é um efeito colateral crônico associado a algumas classes de medicamentos associadas ao bloqueio da dopamina. “Na Esquizofrenia, são basicamente antipsicóticos”, acrescenta.

A acatisia também é uma condição causada pelo consumo de alguns antipsicóticos, porém, a grande diferença entre ela e a discinesia tardia é a questão dos movimentos involuntários. A pessoa sente uma inquietação, ansiedade e vontade de mover-se o tempo todo, mas tem consciência disso. “A acatisia é associada pelo efeito da dopamina, caracterizada por uma inquietação motora, com dois componentes: uma questão subjetiva que o indivíduo tem vontade de andar e as pessoas que caminham no mesmo lugar ou marcham”, explica Pedro Gabriel Lorencetti. Alguns neurolépticos, como os de primeira geração (haloperidol e clorpromazina), podem ocasionar a acatisia.

Independente do quadro clínico, é preciso estar em constante comunicação com o psiquiatra ou o médico responsável pelo seu caso para explicar sobre os sintomas e possíveis efeitos colaterais da medicação, mesmo que sejam sinais considerados leves.

Compartilhe

Leia Também