05.12.2022 Saúde Mental

Não é urgente! E por que você precisa desacelerar…

Pare tudo o que está fazendo agora para pensar comigo por aqui. Sei que está com demandas urgentes no trabalho e na vida. São os relatórios intermináveis que, toda vez que você olha no relógio ou no calendário, parecem verdadeiros ‘monstrinhos’ te assombrando todas as noites quando vai dormir e a insônia invade a sua cama, né? Na vida, são aqueles exames médicos que você deveria ter marcado há dois meses, porém, fica adiando. Aquela visitinha ao dentista que há uns três anos está só mudando de lugar na sua agenda.

Em compensação, quando se trata de resolver algo para alguém, aí o bicho pega. É então que você entra em ‘modo urgência’. No emprego, os prazos são para ‘ontem’ e o medo de perder o cargo pode fazer com que você tenha a sensação de que não há alternativa. Um exemplo clássico é o não saber dizer não. Quando efetivamente seu desempenho é indispensável, fica mais difícil mesmo. Porém, há gestores e chefes que, no mesmo ‘modo urgência’, acabam abusando, sobretudo quando mandam mensagens em aplicativos como Whatsapp ou outros em horários pouco convencionais, por exemplo, à noite ou até de madrugada (pasmem!), ou aos finais de semana, para dizer algo que poderia esperar. Ou seja: não era urgente de fato.

Na nossa vida pessoal, o mesmo app de mensagens nos faz reféns. Isso porque o dispositivo que permite que todos confiram a que horas você estava online ou se supostamente visualizou o recado desperta uma série de sentimentos: desde rejeição, passando pela injustiça e até raiva. E, se a gente não quer que as pessoas sofram ou se tivermos medo do julgamento do outro, entramos no ‘modo urgência’. ‘Puxa, preciso responder aquelas 30 mensagens que recebi ao longo do dia no Whatsapp’! E eu te pergunto: precisa mesmo?

Nada é urgente. E vou dizer o por que você precisa desacelerar. Todos esses contextos são gatilhos para a ansiedade. Porém, não estou falando daquela sensação que nos livra da procrastinação e nos faz entrar em ação. Me refiro aos Transtornos de Ansiedade, com sintomas como palpitações, falta de ar, náuseas, taquicardia, dor de cabeça e musculares e outros. Além do diagnóstico, cujo tratamento passa por psicoterapia e, em casos mais graves, a medicação receitada por um psiquiatra, outras comorbidades podem aparecer, como doenças crônicas das mais diversas.

Por fim, desacelere como um ato de amor a si mesmo. Amplie a sua consciência corporal. Converse com você e reflita se consegue achar um espaço na sua agenda para tomar um café na janela e contemplar as nuvens no céu. Veja se consegue fazer um exercício de respiração, organizar melhor sua alimentação e caminhar alguns minutinhos. E lembre-se: nada é urgente. Tudo pode esperar.

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