Marcha atópica: entenda mais sobre a evolução dos sintomas alérgicos que iniciam na infância
Dermatite, asma e rinite são doenças crônicas associadas
Nos primeiros anos de vida de uma criança é que podem aparecer os sinais da intitulada marcha atópica ou marcha alérgica. Aquelas coceiras e manchas vermelhas na pele, que denunciam a dermatite, ou problemas respiratórios atrelados à bronquite, asma e rinite são sinais importantes. Em alguns casos, podem ocasionar também alergia alimentar. O eczema alérgico é frequentemente a primeira etapa da marcha alérgica. Mais tarde, a criança desenvolve as manifestações respiratórias da atopia: a rinite alérgica e a bronquite e asma.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que a asma atinge 235 milhões de pessoas em todo o planeta. Só no Brasil, a doença afeta aproximadamente 20% das crianças e adolescentes.
A dermatite atópica também é comum na infância e cerca de 60% dos casos ocorrem no primeiro ano de vida, com melhora gradual até a adolescência.
“A marcha atópica nada mais é do que a evolução natural de um quadro de atopia, que é uma predisposição genética que algumas pessoas têm de desenvolver diferentes doenças alérgicas, principalmente asma, rinite e dermatite atópica”, afirma o médico Luis Felipe Ensina, especialista em DA.
O dermatologista ressalta que o paciente começa a manifestar os primeiros sinais de marcha atópica na primeira infância: “Por exemplo, um bebê ‘chiador’, um lactente sibilante, que vai melhorando, abre um quadro de dermatite atópica durante a infância, melhora na adolescência, e depois começa a ter sintomas de rinite, não necessariamente nessa ordem”.
A marcha atópica é diagnosticada através de exame clínico das diferentes manifestações de alergia. Então, qualquer criança que apresente sintomas de chiado no peito, cansaço, falta de ar na primeira infância, pele seca, coceira, espirro, nariz entupido deve ser atendida.
“São crianças que devem ser observadas porque, ao longo da vida, os outros sintomas podem aparecer também. Algumas vão ter três manifestações ao longo da vida e outras vão passar de uma para outra”, avalia Luis Felipe Ensina.
O médico orienta a busca por um alergista quando aparecerem os sintomas: “Ele é capaz de avaliar esse quadro como um todo, detectar as manifestações das diferentes doenças alérgicas e fazer o tratamento adequado dos sintomas e da desregulação imunológica que existe na alergia. É uma hiperreatividade a uma determinada substância”.
O alergista irá sugerir a imunoterapia que, de acordo com a experiência de Luis Felipe Ensina, é muito eficiente para asma e rinite. O tratamento também pode auxiliar nos casos de DA e eczema leve associados com as duas outras alergias respiratórias.