25.06.2024 Outras Patologias

Participe da Consulta sobre tratamento de Nefrite Lúpica

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública sobre a incorporação do tratamento para a Nefrite Lúpica, uma complicação do Lúpus. O prazo termina hoje, dia 25 de junho. Não deixe para depois!

O que é Lúpus?

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), mais conhecido como Lúpus, é uma doença autoimune e crônica, com maior incidência entre as mulheres. Dessa forma, pode atingir diversos órgãos e sistemas do corpo, incluindo os rins, causando a chamada Nefrite Lúpica.

Não há uma cura específica para o LES. No entanto, atualmente, com o tratamento correto pode-se atingir o controle adequado da doença. De acordo com Reumatologistas e Nefrologistas, o acompanhamento médico é essencial – assim como a não interrupção do tratamento para boa resposta e prevenção de danos graves.

Conhecendo a Nefrite Lúpica

Segundo o médico Edgard Reis, professor Adjunto da Disciplina de Reumatologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, a Nefrite Lúpica causa um grande impacto na vida da pessoa com o Lúpus. Isso se dá porque a inflamação nos rins pode provocar inchaço nos pés e no corpo inteiro.

Além disso, a inflamação pode aumentar a pressão arterial e gerar perda de proteína pela urina, bem como outras possíveis complicações mais graves. “Pode gerar, ainda, ao longo do tempo, uma perda do funcionamento dos rins, o que chamamos de insuficiência renal crônica”, acrescenta o reumatologista.

A Nefrite Lúpica pode acometer cerca de 40% a 50% das pessoas com LES. Por isso, é fundamental o acompanhamento de um profissional de saúde, bem como o diagnóstico precoce. “Desta forma, podemos evitar um dano maior”, completa o Edgard Reis.

O especialista também chama atenção para a jornada dos pacientes. Segundo ele, além da questão do acesso ao tratamento, é necessário pensar no impacto da doença para as pessoas que enfrentam o LES e a Nefrite Lúpica – esta última principalmente, pois pode ser silenciosa e sem sintomas significativos em seu estágio inicial.

“Muitas vezes, o paciente já chega na primeira consulta com piora ou exacerbação da doença nos rins”. Conforme aponta Reis, há uma diferença de percepção entre as necessidades dos pacientes e o protocolo de tratamento sugerido pelo profissional de saúde. “Às vezes, nós médicos estamos muito preocupados com o exame de urina e a perda de proteína, o que é importante. O paciente, por outro lado, também se preocupa com o cansaço ou uma nova lesão de pele que apareceu. Então, acredito que a maneira de equalizar seja ouvir cada vez mais o paciente e suas demandas, compartilhar decisões e trazer o paciente para o centro do seu tratamento”, finaliza Dr. Edgard Reis.

Os impactos da Nefrite Lúpica

Os rins são órgãos fundamentais para o controle da pressão sanguínea, formação regular do sangue e dos ossos e o balanço químico e de líquidos do organismo. A partir do momento que o órgão não funciona mais da forma correta, o paciente pode se sentir mais cansado e com menos energia.

O paciente ainda pode ficar com o apetite reduzido, ter dificuldade para dormir, estar com os pés e tornozelos inchados e apresentar inchaço ao redor dos olhos, especialmente pela manhã. “Se você tem os rins comprometidos, eles vão perdendo a habilidade de ajustar o excesso ou falta de substâncias também”, comenta o nefrologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), doutor Gabriel Montezuma.

A Nefrite Lúpica é detectada por exames laboratoriais, como os níveis de creatinina no sangue e proteína na urina. Os sintomas do LES são diversos e variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. “Muitas vezes, aquela doença já está presente há meses, ou até mesmo anos. Algumas complicações, como a parada completa da função dos rins, com necessidade de hemodiálise, acontecem em 10% a 20% dos pacientes que têm Nefrite Lúpica não tratadas adequadamente”, detalha Dr. Montezuma.

O tratamento da Nefrite Lúpica é feito com imunossupressores e corticoide, que vão ajudar a reduzir o risco da inflamação renal. Uma das principais metas da terapia é atingir remissão rápida da doença ativa. Além disso, a terapia com imunobiológicos pode reduzir o risco do paciente com Nefrite Lúpica desenvolver doença renal crônica terminal, consequentemente diminuindo as chances de óbito por conta da doença.

Quem pode participar dessa Consulta Pública?

A Agência busca obter opiniões de pacientes, familiares, profissionais de saúde e sociedade em geral. Neste sentido, todos podem opinar sobre o tratamento a fim de possibilitar a incorporação na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde. Participe aqui!

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