20.08.2021 Saúde Pública

Estudo descobre que a Osteoporose é subdiagnosticada e subtratada em homens

Por CDD

Uma porcentagem muito pequena de homens idosos com fraturas ósseas realizou exames recentes de densidade mineral óssea

A osteoporose é subdiagnosticada e, como resultado, subtratada entre beneficiários do Medicare mais velhos que sofrem uma fratura óssea, de acordo com uma análise apresentada em 7 de novembro durante a reunião anual do American College Rheumatology.

O Medicare é o programa de seguro de saúde gerido pelo governo dos Estados Unidos, destinado a idosos com mais de 65 anos e pessoas que convivam com alguma deficiência ou tenham doenças renais graves.

Em uma revisão de dados sobre quase 10.000 beneficiários do Medicare do sexo masculino com diagnóstico de fratura óssea – 61% dos quais tinham 75 anos ou mais -, menos de 6% deles haviam se submetido a testes de densidade mineral óssea com Absorciometria de Energia Dupla de Raios X (DEXA, na sigla em inglês) no período anterior dois anos. A National Osteoporosis Foundation recomenda o teste de densidade mineral óssea DEXA para adultos mais velhos com risco para a doença.

Além disso, no momento da fratura óssea, apenas 2% dos homens haviam sido diagnosticados e tratados para osteoporose, enquanto pouco mais de 2% haviam sido tratados para a doença sem receber um diagnóstico formal.

Para muitos homens, problemas de saúde coexistentes aumentam o risco de quedas e fraturas

“Nossas descobertas sugerem que um grande número de pessoas do sexo masculino do Medicare não está sendo diagnosticado e não está sendo tratado”, diz Setareh Williams, co-autora do relatório e chefe de economia da saúde global e pesquisa de resultados na empresa farmacêutica Radius Health, fabricante do medicamento para osteoporose Tymlos (abaloparatida).

“Também observamos que muitos deles têm outras condições ou problemas de saúde associados ao aumento do risco de quedas e/ou fraturas, indicando uma necessidade urgente de um melhor manejo da osteoporose masculina”, diz a dra. Williams.

“As disparidades de gênero no tratamento da osteoporose masculina podem ocorrer pela falta de reconhecimento da condição nos homens, apesar do fato de um quarto de todas as fraturas ocorrerem em homens”, diz Williams. “Além disso, a osteoporose pode passar despercebida nos homens devido à necessidade de tratamento de outras comorbidades consideradas como tendo consequências mais sérias, como doenças cardíacas”, diz ela.

A pesquisa encontrou um declínio nos exames DEXA durante o período de estudo

Entre os homens incluídos no estudo, os locais de fratura mais comuns foram a coluna (31%), quadril (28%) e tornozelo (10%). Notavelmente, 63% tinham um histórico de dor musculoesquelética e 49% haviam usado analgésicos opioides prescritos antes de sofrer uma fratura óssea.

Ainda assim, 93% não tiveram um pedido submetido ao Medicare para diagnóstico ou tratamento de osteoporose, enquanto 3% foram diagnosticados com a doença, mas não receberam tratamento. O número de homens com 75 anos ou mais incluídos no estudo que se submeteram ao teste de densidade mineral óssea DEXA diminuiu entre 2012 e 2014, de 6% para 4%, de acordo com os pesquisadores.

Houve declínios semelhantes nas taxas de teste entre aqueles com idades entre 65 e 69 anos (6,3% para 5,5%) e idades entre 70 e 74 (4,7% a 4%) no mesmo período.

Diretrizes de triagem de osteoporose inconsistentes para homens

As diretrizes atuais são “inconsistentes em suas recomendações de triagem para homens”, diz a dra. Williams. A Organização Mundial da Saúde, a Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos e a Academia Americana de Médicos de Família não recomendam o rastreamento da densidade óssea para osteoporose em homens, enquanto a National Osteoporosis Foundation e a International Society for Clinical Densitometry recomendam que o exame seja feito em todos os homens com mais de 70 anos e para homens com menos de 70 anos com fatores de risco, diz ela.

Os fatores de risco da osteoporose para os homens incluem baixo peso corporal, fratura óssea anterior, uso de medicamentos de alto risco e doenças ou condições associadas à perda óssea, de acordo com a International Society for Clinical Densitometry.

“A osteoporose é uma doença silenciosa, e as pessoas muitas vezes não procuram ajuda até que tenham uma fratura, momento em que podem experimentar declínio funcional, deficiência e, em alguns casos, perda de independência”, observa Williams. “A prevenção primária por meio de exames precoces e conscientização sobre a doença seria o ideal”.

Fonte: Everyday Health

Tradução e adaptação: Redação CDD – Crônicos do Dia a Dia

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