10.12.2019 Osteoporose

Osteoporose em homens

Por CDD

Em 1950 havia aproximadamente 90 milhões de homens com idade de 60 anos ou mais. Durante a virada do século, esse número subiu para quase 275 milhões, e em 2050 serão mais de 900 milhões de homens com 60 anos ou mais. Esse aumento de 10 vezes da população de homens no espaço de um século é um milagre em termos de longevidade. 

Entretanto, uma mudança demográfica nessa escala cria desafios que – com certeza absoluta – incluirão uma explosão na incidência de doenças crônicas que afligem homens de mais idade. Essas doenças não só imporão maiores dificuldades para os homens e suas famílias, como também testarão nossos sistemas de saúde e social, levando-os a operar em seus limites. 

A osteoporose estará na linha de frente dessa batalha que trará sérios prejuízos à longevidade e à qualidade de vida. Muito frequentemente a osteoporose é tida como uma ‘doença de mulheres’ não passível de prevenção ou de uma preocupação de saúde urgente para os homens. 

Estima-se que o risco de homens com 50 anos ou mais vivenciar uma fratura osteoporótica durante o restante de suas vidas é até 27%3 maior do que o risco de incidência do câncer de próstata de 11,3%

Além disso, da mesma forma como a osteoporose não discrimina sexo – afetando um em cada cinco homens e uma em cada três mulheres com idade acima de 50 anos – seu impacto será sentido nas próximas décadas na maioria das regiões do mundo. 

A população de homens com idade acima de 60 anos, e que correm o risco de sofrer fraturas por fragilidade óssea, continuará a crescer na Europa, América do Norte e Oceania, sendo que na Ásia e América Latina a população de homens com idade de 60 anos ou mais crescerá exponencialmente. 

A osteoporose causa fraturas por fragilidade óssea, ou seja, fraturas que normalmente são causadas por queda de altura equivalente à da própria pessoa ou menos. Poder-se-ia argumentar que a fratura por fragilidade óssea mais séria é a fratura do quadril, e que um terço de todas as fraturas de quadril do mundo ocorrem em homens. 

Auditorias realizadas em diversos países mostraram que uma porção significativa de homens que sofrem fratura de quadril havia fraturado outros ossos anteriormente. Além disso, um estudo feito na Suécia, analisando um grupo de homens mais idosos durante 22 anos, relatou que 27% dos homens que haviam sofrido uma fratura do quadril sofreram fraturas subsequentes durante o período restante de suas vidas. 

Quando homens sofrem fraturas causadas pela osteoporose – assim como o verificado nas mulheres – muitos deles ficam presos no ciclo da fratura por fragilidade. Para homens mais idosos que continuam na ativa, ficou comprovado que as fraturas por fragilidade óssea têm impacto significativo sobre sua produtividade

Em termos de mortalidade por fraturas causadas por fragilidade óssea, os homens apresentaram desempenho bastante ruim e são, em verdade, o verdadeiro ‘sexo frágil’. Um estudo nacional usando informações de bancos de dados 14 da Dinamarca, publicado em 2010, confirmou os resultados de estudos prévios: As fraturas de quadril em homens estão associadas a uma maior taxa de mortalidade que nas mulheres, sendo que as taxas alcançam 37% no primeiro ano após a fratura. 

No Brasil, as informações são de que a prevalência da osteoporose no colo femoral de homens com idade de 50 anos ou mais é de 15,4%. Segundo o Estudo Brasileiro de Osteoporose (BRAZOS), a prevalência da fratura por fragilidade óssea entre homens com 40 anos ou mais é de 12,8%50. O número de homens que sofrem fraturas de quadril é de 24,2 mil por ano.

Qualquer que seja o lugar no mundo, a falta de conscientização sobre a ameaça da osteoporose é prejudicial para os próprios homens, profissionais da saúde responsáveis pelo atendimento destes e legisladores que determinam as prioridades dos sistemas de saúde. Há ainda, no mundo todo três ‘lacunas’ específicas referente a osteoporose: lacunas no diagnóstico e tratamento, lacunas nas diretrizes clínicas, e lacunas de acesso aos medicamentos. Lutamos e trabalhamos para eliminar essas lacunas e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas. 

Texto adaptado por Redação CDD do guia Osteoporose em Homens, da IOF (http://share.iofbonehealth.org/WOD/2014/thematic-report/WOD14-Report-PT_BR.pdf)

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