A importância de estabelecer limites quando você convive com uma condição crônica – e como começar

Sua energia é muito preciosa para ser gasta em planos e atividades que não estão alinhados à sua saúde, saiba como começar a estabelecer limites importantes quando se convive com uma condição crônica

Autora: Alexa Federico é autora, terapeuta nutricional e mora em Boston, nos EUA.

Você tem limites para proteger sua saúde?

Você provavelmente já ouviu falar sobre limites em termos de relacionamentos e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Se você tem uma doença crônica, também precisa de um conjunto pessoal de limites para priorizar seu bem-estar.

Definir limites faz parte de ter um relacionamento saudável consigo mesmo. Se não tivermos nenhum, deixamos nossa energia e felicidade serem drenadas por coisas às quais não queremos ceder.

Pessoas com doenças crônicas sabem que a energia que têm é muito preciosa para ser desperdiçada!

Eu costumava ter medo de dizer não aos compromissos. Eu temia que recusar planos fosse visto como usar minha condição crônica como desculpa para não ser social.

Em vez disso, minha energia era gasta em coisas que eu não queria fazer e eu não tinha energia suficiente para as coisas que eram importantes para mim.

Assim que percebi que precisava de limites e me apeguei a eles, comecei a me sentir melhor. Minha energia mental e física foi priorizada para o que eu realmente queria e precisava fazer, ao invés do que eu sentia que deveria fazer.

Os limites são uma forma de amor próprio porque te protegem das coisas que não servem à sua saúde física ou mental. Sem eles, a energia pode acabar direcionada a outros planos.

Como estabelecer limites

Se você sentir que é hora de estabelecer alguns limites em sua vida, aqui estão três deles para começar:

Limite as interações com pessoas que não apoiam sua condição

É uma pena, mas você pode ter um parente ou amigo que não te apoia. Isso pode ser parecido com:

• sempre se chatear se você cancelar ou alterar planos e não oferecer empatia
• tentar te convencer de que sua dor não é tão ruim ou que está tudo na sua cabeça
• constantemente te oferecer alimentos ou bebidas que você disse que te fazem mal

Como em qualquer situação negativa com alguém, você deve tentar falar com a pessoa primeiro, antes de tomar outras medidas drásticas, como excluí-la de sua vida.

Frequentemente, as pessoas que não te apoiam estão projetando seus próprios sentimentos em você. Esses sentimentos podem não ter nada a ver com você, ou pode ser que seu relacionamento tenha mudado e essa pessoa se ressinta com isso.

De qualquer forma, é difícil de aceitar, mas uma conversa aberta e honesta pode ser a chave para superar isso.

Se alguém nega que está te ofendendo e não deseja mudar, você tem todo o direito de limitar as interações ou se afastar desse relacionamento.

Diga não a planos e outros pedidos que não contribuem para a sua saúde

“Não” nem sempre é uma palavra negativa. Na verdade, pode ser libertador!

Pode ser tentador querer dizer “sim” a todos os planos ou esperar que eles aconteçam. No entanto, há momentos em que dizer “não” ou mesmo “não sei ainda” pode ser mais benéfico para você.

Aqui estão duas situações que você pode enfrentar e exemplos de como responder se não estiver pronto para se comprometer.

• Situação 1: Alguém pede para que você se comprometa com planos que consomem mais energia do que você tem.
• Resposta: “Eu adoraria participar, mas esse tipo de evento será demais para minha saúde agora. Obrigada por pensar em mim!”
• Situação 2: Alguém pergunta se você aceita participar de um compromisso com bastante antecedência.
• Resposta: “Parece ótimo, mas simplesmente não sei como me sentirei com tanta antecedência. Podemos entrar em contato em algumas semanas?”

Lembre-se de que seus limites podem ser fluidos. Sempre ouça seu instinto em cada situação.

Ponha um fim nos conselhos não solicitados

A maioria dos conselhos, especialmente aqueles vindos de amigos ou familiares, são bem intencionados. E embora possa ser irritante, tente ver como um elogio que essa pessoa estava pensando em você e se preocupando em como ela poderia te ajudar. Provavelmente veio de um lugar de amor.

Às vezes, porém, o conselho não parece tão amoroso e é, na verdade, rude ou ignorante.

Seja o conselho não solicitado bem ou mal intencionado, se não te servir, fale à pessoa.

Dependendo do cenário, sua resposta pode ser algo como:

“É muito gentil da sua parte pensar em mim. Eu tentei isso e não funcionou para mim. Infelizmente, só porque funcionou para aquela pessoa, não significa que funcionará para todos.”

“Eu sei que parece que isso poderia resolver todos os meus sintomas, mas minha condição é muito mais complexa do que isso. Estou em contato com minha equipe de atendimento, que me ajudará a pensar em meus próximos passos.”

“Agradeço a sugestão, mas prefiro não falar sobre isso. Já penso o suficiente sobre esse tema!”

Na maioria das vezes, as pessoas em nossas vidas só querem ajudar, então seja gentil, mas direta.

Em conclusão

Lembre-se de que o objetivo dos limites é te ajudar a dedicar mais tempo e energia às coisas que deseja fazer e experimentar.

Algo que é um “sim” fácil para alguém pode ser um “não” difícil para você.

Não se preocupe em estabelecer limites que façam sentido para outras pessoas, apenas tem que ser bom para você!

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Fonte: Healthline

Tradução e adaptação: Redação CDD – Crônicos do Dia a Dia