06.10.2022 Saúde Mental

O poder terapêutico dos pets (e como podem despertar o amor em você)

Isso é o que revelou um estudo publicado na revista Science, em 2015. Miho Nagasawa, da universidade japonesa Azabu, e um grupo de pesquisadores descobriram que os cães também tiveram aumento de produção de ocitocina ao olharem para seus tutores. Aquele brilho no olhar de ambos provoca uma “explosão” interna de amor.

Quem diria que aquele cachorrinho ou gatinha, com aquelas expressões fofas, podem provocar neurotransmissores capazes de mudar a nossa percepção sobre a rotina da vida, não é? Não canso de ouvir frases do tipo: “Cheguei do trabalho estressado, sem esperança, e meu cãozinho me deu todo o carinho e alegria que precisava”. Eles nos amam e só querem a nossa atenção e afeto em troca.

Sabendo da importância e do poder curativo dos pets, diversas áreas da psicologia usam esse recurso para despertar o melhor nas pessoas. Um dos trabalhos mais reconhecidos mundialmente é a terapia com animais em idosos, com ou sem alguma demência ou problemas degenerativos.

Em 2017, um grupo de pesquisadores publicou um artigo na Revista de Medicina da USP revelando a influência da chamada Terapia Assistida por Animais (TAA) nos níveis de pressão arterial de pessoas da terceira idade institucionalizadas. A pesquisa mostrou que os pets são verdadeiros antídotos para estresse e ansiedade naquela população.

A terapia com animais também apresenta resultados satisfatórios no manejo com crianças com deficiência. No Transtorno do Espectro do Autismo, por exemplo, além de aliviar a ansiedade em alguns casos, os cães podem ajudar a minimizar os efeitos da fobia social. Mas essa não é uma prática nova.

Em 1960, a psiquiatra Nise da Silveira utilizava um gato e um cão durante as sessões e começou a perceber como os pets acalmavam as pessoas que passavam pelo consultório dela. A partir de então, a zooterapia passou a ser utilizada para a recuperação e o convívio com pacientes psiquiátricos.

Os animais de estimação ativam nosso sistema límbico, que está diretamente ligado com a natureza afetiva das nossas percepções sensoriais, liberando também endorfina, capaz de nos proporcionar tranquilidade e bem estar. Como psicóloga, posso recomendar uma dose de carinho no seu bichinho, várias vezes ao dia, sem moderação! E, se você ainda não tem um pet (mas pensa no assunto), pode ter uma grata surpresa ao conviver com essas criaturinhas que despertam o melhor das nossas emoções.

Compartilhe

Leia Também