19.07.2022 Saúde Mental

Qual a importância da saúde mental para nossa vida?

Que prazer começar esta coluna neste espaço, convidando todes que quiserem refletir mais sobre nossas emoções, comportamentos, as relações com as outras pessoas e com a sociedade. Pensei muito sobre o que gostaria de escrever nesse primeiro texto e decidi colocar em questão o porquê de, quase sempre, negligenciarmos a tal da saúde mental.

Quando estamos com dor no estômago, procuramos um gastroenterologista. Se estamos com hipertensão, buscamos um cardiologista. As mulheres vão ao ginecologista para cuidar de sua saúde; os homens, ao urologista. As crianças passam no pediatra, os adolescentes no hebiatra e os idosos no geriatra. Existe uma infinidade de especialistas para cada caso.

E quando estamos tristes, ansiosos, preocupados em demasia: quem irá nos defender, ajudar? O centro das nossas emoções está no sistema límbico, que fica no cérebro. Assim como coração, intestino e outros, é um órgão que merece a nossa atenção.

Normalmente, os psiquiatras, que são médicos que se especializaram em questões da mente, são procurados e ajudam a minimizar os sintomas através da medicação. Porém, quase sempre, situações complexas de vida não são elaboradas apenas tomando um comprimido. É preciso mais: psicoterapia.

Por vezes, nos sentimos deprimidos por um objetivo que não foi alcançado, pela morte de alguém ou o rompimento de uma relação, a perda do emprego, por exemplo. Há pessoas que não conseguem voltar às atividades diárias. Há quem se sinta impossibilitado de encerrar ciclos para que outros comecem.

Porém, como a sociedade trabalha com ‘tempo’, não nos permitimos entrar em contato com as emoções em sua integralidade. Reconhecer-se vulnerável não é confortável, eu sei. Mas é, acima de tudo, um ato de coragem. É a capacidade de enxergar que você não está no controle das situações sempre. Mas é possível encará-las.

Quando comecei o trabalho em Psicologia, há alguns anos, pensava ser óbvio para as pessoas procurarem ajuda emocional. Não é. E por uma série de razões que vou expor ao longo dos próximos textos. Ainda temos um longo trabalho pela frente, como seres humanos e sociedade, para convencer as pessoas sobre a importância da saúde mental para as nossas vidas.

Como nos sentimos motivados para ir atrás dos sonhos, se não refletirmos sobre nossas habilidades? Como seremos capazes de entender o outro, se não nos entendemos ou exercitamos a empatia? Como dizer adeus para um ente querido que se foi e transformar a dor em saudade? Como elaborar a realidade de uma vida que se impõe diante de uma nova circunstância ou um diagnóstico de doença crônica, por exemplo? Estar com a saúde mental em dia é dar um passo importante em direção a si mesmo.

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