06.09.2022 Outras Patologias

Conitec abre consulta pública para incorporação de omalizumabe injetável para tratamento de asma alérgica grave

Por CDD

Contribuições para consulta pública para incorporação de omalizumabe injetável para tratamento de asma alérgica grave da sociedade acontecem até o dia 09 de setembro

Pessoas que têm asma grave não controlada apesar do uso de corticoide inalatório, associado a um beta2-agonista de longa ação (LABA), poderão ter mais uma opção de tratamento com omalizumabe que promete trazer mais agilidade no processo de infusão.

A pedido da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, a Conitec abriu uma consulta pública, que vai até o dia 9 de setembro, para avaliar a incorporação do omalizumabe (150 mg/mL) solução injetável em seringa preenchida para o tratamento. Para participar, clique aqui.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos) que se caracteriza por aumento da responsividade dessas vias a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma recorrente e reversível. São cinco fenótipos mais comuns: asma alérgica, não alérgica, de início tardio, com limitação do fluxo de ar e com obesidade.

A Organização Mundial da Saúde estima que 235 milhões de pessoas tenham a doença. No Brasil, em 2018, o número de internações foi de aproximadamente 87 mil. “O omalizumabe disponível no SUS hoje é infusão intravenosa e necessita de hospitalização. A solução avaliada agora é o de formulação injetável, que facilita o acesso e infusão para o paciente”, diz a nota da Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG).

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS divulgou parecer preliminar favorável à inclusão do omalizumabe injetável em seringa preenchida para os pacientes que tiverem os requisitos indicados.

O que dizem os especialistas

Na opinião da pneumologista Angela Honda, a seringa preenchida é excelente para o tratamento com omalizumabe para asma grave. “Quando a gente fala de medicamentos biológicos, a preparação precisa ser muito bem feita. Quando eles já vem em seringas preparadas, dá muito mais segurança. Não há o risco de erro no manejo da medicação biológica”, enfatiza.

A líder de programas educacionais da Fundação ProAr faz uma comparação com os antibióticos ou outras medicações que precisam misturar com líquido e oferecem mais riscos na administração exata da dosagem. “Outro benefício do omalizumabe em solução injetável na seringa preenchida é a rapidez da infusão. Hoje, quando o paciente chega na unidade para receber a medicação espera, no mínimo, 40 minutos para que a enfermeira consiga fazer a preparação. E a rapidez também traz agilidade para todo o sistema de atendimento”, avalia a médica.

O que dizem os demandantes

Atualmente consta na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de asma apenas omalizumabe em pó liofilizado para solução injetável de 150mg.

Entretanto, de acordo com a fabricante do medicamento, estima-se que, a partir de setembro de 2022, a produção mundial do pó liofilizado para solução injetável seja descontinuada. De acordo com a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, a partir de dezembro deste ano, somente a apresentação em solução injetável em seringa preenchida estará disponível no Brasil.

Não há alteração no preço e na posologia do omalizumabe entre as formulações, segundo a demandante, que defende a necessidade da inclusão da nova apresentação de omalizumabe na Rename e compulsória atualização do PCDT de asma.

Saiba como participar da consulta pública

A consulta pública para incorporação do omalizumabe (150 mg/mL) solução injetável em seringa preenchida para o tratamento de asma alérgica grave vai até o dia 9 de setembro. Para dar opinião sobre o assunto e participar da consulta, acesse o portal da Conitec.

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