Conitec abre consulta pública para PCDT de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida
Comissão recebe contribuições da sociedade para consulta pública para PCDT de insuficiência cardíaca até o dia 2 de janeiro
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS abriu consulta pública, no dia 14 de dezembro, para proposta de aprovação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida. A Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde sugeriu a discussão.
A Conitec receberá contribuições da sociedade e profissionais de saúde até o dia 2 de janeiro de 2023; para participar, clique aqui.
A insuficiência cardíaca (IC) é a via final de muitas doenças que afetam o coração, o que explica a sua crescente prevalência. A atenção aos pacientes é um desafio pelo caráter progressivo da doença, a limitação da qualidade de vida e a alta mortalidade.
Recentemente, o número de pessoas vivendo com insuficiência cardíaca no mundo foi estimado em 23 milhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Uma em cada cinco pessoas tem chance de desenvolver a síndrome ao longo da vida.
Segundo o Ministério da Saúde, no período de 2004 a 2014, foram registradas 301.136 mortes decorrentes de IC em hospitais públicos brasileiros. Entre os anos de 1998 e 2019, foram registrados 567.789 óbitos por IC em adultos com idade acima de 50 anos.
Para diagnosticar a insuficiência cardíaca, os médicos realizam uma anamnese, ou seja, uma série de perguntas sobre o histórico de vida e familiar da pessoa, e exame físico. Os principais sinais e sintomas são: dispneia, ortopneia, edema de membros inferiores e fadiga. Alterações eletrocardiográficas e na radiografia de tórax são comuns.
A Conitec divulgou um parecer preliminar favorável à publicação do PCDT para a doença com fração de ejeção reduzida.
O que dizem os demandantes
A proposta de elaboração do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida é oriunda da atualização das Diretrizes Brasileiras para diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, demandada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde.
No documento, sugere-se a incorporação de dapagliflozina para o tratamento adicional de pacientes adultos com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (FEVE<40%), NYHA II-IV e sintomáticos apesar do uso de terapia padrão com inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou antagonista do receptor da Angiotensina II (ARA II), betabloqueadores, diuréticos e antagonista do receptor de mineralocorticoides.
O PCDT também traz uma abordagem não medicamentosa voltada para o autocuidado e pressupõe a atuação de uma equipe interdisciplinar na redução da morbimortalidade e melhora da qualidade de vida.
O autocuidado consiste na adoção de um conjunto de comportamentos em saúde associados a melhores resultados na adesão medicamentosa, prática de atividade física, dieta saudável, controle de peso, monitorização dos sinais e sintomas.
No relatório apresentado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde à Conitec, aponta-se para a necessidade de um modelo de acompanhamento longitudinal, multidisciplinar, colocando a atenção primária à saúde (APS) como agente central do atendimento. “No entanto, a complexidade e a falta de familiaridade com o tratamento da doença podem motivar o encaminhamento de muitos dos pacientes para serviços especializados. Esses encaminhamentos devem ser evitados, uma vez que a APS possui condições de proporcionar adequada assistência à maioria dos pacientes com IC”, diz a Secretaria.
Saiba como participar da consulta pública
A consulta pública para o PCDT de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida vai até o dia 2 de janeiro. Para dar opinião sobre o assunto e participar da consulta, acesse o portal da Conitec.
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