10.01.2024 Asma

Conitec promove consulta pública para ampliar o uso do mepolizumabe no tratamento de pacientes com asma eosinofílica grave refratária, na faixa etária de 6 a 17 anos 

Atualmente, o mepolizumabe é destinado apenas a pacientes adultos. Comissão recebe contribuições da sociedade civil na consulta pública até o dia 15 de janeiro.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu consulta pública para avaliar a ampliação de uso do mepolizumabe para o tratamento de pacientes com idade entre 6 e 17 anos com asma eosinofílica grave refratária no SUS até o dia 15 de janeiro; para participar, clique aqui.

Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a asma é um dos problemas de saúde respiratória mais recorrentes e estima-se que 23,2% da população viva com a doença, representando aproximadamente 24% da população infantil. A asma eosinofílica grave, na criança ou adolescente, é um tipo de asma caracterizada pela presença de níveis elevados de eosinófilos, que são glóbulos brancos responsáveis pela ação contra microrganismos e pelo combate a infecções no corpo. Em geral, a doença inicia-se na infância ou na adolescência e está vinculada a outras condições alérgicas, como rinite alérgica e inflamação da pele, assim como ao histórico familiar. 

A Conitec recomendou inicialmente a não ampliação de uso, no SUS, do mepolizumabe para o tratamento de pacientes com idade entre 6 e 17 anos com asma eosinofílica grave refratária. Na ocasião, o tratamento com o mepolizumabe foi considerado dispendioso, sem custo-efetividade, ou seja, sem apresentar uma boa relação entre o custo da tecnologia e seus benefícios, e com alto impacto orçamentário.

O que dizem os demandantes

A solicitação de ampliação de uso do medicamento foi uma demanda da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, do Ministério da Saúde (SECTICS/MS). 

O medicamento já é registrado na Anvisa para uso em pacientes a partir de seis anos, demonstrando eficácia na redução de crises quando adicionado ao tratamento padrão. A avaliação econômica sugere que, em um horizonte de 12 anos, o uso do mepolizumabe tenha 80% de probabilidade de ser custo-efetivo, com impacto financeiro estimado em cerca de R$ 27 milhões em cinco anos, considerando uma média de 184 pacientes elegíveis.

O que dizem os pacientes

Durante o período de 11 a 23 de outubro de 2023, foram abertas as inscrições para pacientes apresentarem suas perspectivas relacionadas ao uso do medicamento em avaliação. Dentre os participantes inscritos, a mãe de um paciente com asma grave, compartilhou a experiência positiva do filho com o uso do mepolizumabe. 

Segundo ela, após enfrentar diversas crises e hospitalizações frequentes, a introdução do medicamento na rede privada resultou em uma melhora significativa nos sintomas. Ela destaca os benefícios, como a administração mensal subcutânea, redução do cansaço em atividades simples e a diminuição da frequência e gravidade das crises.

Para conferir o relato completo da perspectiva do paciente, basta clicar aqui.

Saiba como participar da consulta pública
A consulta pública para avaliar a ampliação de uso do mepolizumabe para o tratamento de pacientes com idade entre 6 e 17 anos com asma eosinofílica grave refratária no SUS vai até o dia 15 de janeiro. Para dar opinião sobre o assunto e participar da consulta, acesse o portal da Conitec.

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