10.11.2024 Asma Doenças de Pele

Vacina para prevenir alergias? Especialista explica!

Por CDD

Vacina para prevenir alergias?

As alergias afetam uma parcela significativa da população mundial, manifestando-se através de sintomas incômodos como coceira, espirros, coriza e, em casos mais graves, reações anafiláticas. Então, diante desse cenário, é natural que surja a pergunta: existe uma vacina capaz de prevenir o desenvolvimento de alergias?

Vacina e alergias: entendendo a diferença

Antes de responder à pergunta principal, é crucial distinguir o mecanismo de ação das vacinas tradicionais e a natureza das reações alérgicas. De acordo com o alergista e imunologista Pietro Henrique Massuda, as vacinas atuam estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra agentes infecciosos específicos, como vírus e bactérias. “As vacinas que a gente conhece, por exemplo, do sarampo e da gripe são para prevenir infecções virais ou bacterianas. Elas fortalecem o nosso sistema imune contra estas infecções, prevenindo-as”, explica o especialista.

Por sua vez, as alergias, são respostas imunológicas a substâncias inofensivas, como pólen, ácaros e alimentos, conhecidas como alérgenos. “No caso das alergias, estamos falando de uma reação exagerada para substâncias que geralmente são inofensivas para o nosso sistema imunológico, por exemplo, a poeira, o ácaro, os animais e até certos tipos de alimentos. Então, não, não existe uma vacina que previna alergia. Porém, existe um tratamento chamado imunoterapia, e também é chamado de vacina para alergia”, esclarece.

Imunoterapia: um “treinamento” para o sistema imune

Embora não exista uma vacina que previna o surgimento de alergias, a imunoterapia, popularmente chamada de “vacina para alergia”, desponta como um tratamento eficaz para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes alérgicos. A imunoterapia consiste na administração gradual e controlada de extratos alergênicos, com o objetivo de dessensibilizar o sistema imunológico e reduzir a intensidade das reações alérgicas.

“Esse tratamento é indicado para algumas alergias respiratórias e também para alergia a picada de insetos. Mas nem toda alergia pode ser tratada como imunoterapia”, explica Massuda.

Como funciona a imunoterapia?

O processo de imunoterapia tem início com a identificação precisa dos alérgenos que desencadeiam as reações no paciente. Após essa etapa, prepara-se doses específicas do extrato alergênico, por via subcutânea (injeções) ou sublingual (gotas). Ao longo do tratamento, a concentração do extrato alergênico aumenta é gradativamente, permitindo que o sistema imunológico se adapte e reduza a resposta inflamatória aos alérgenos.

Benefícios e indicações da imunoterapia

A imunoterapia apresenta resultados promissores no controle de diversas condições alérgicas, incluindo:

É importante ressaltar que a imunoterapia não é uma solução universal para todas as alergias. Portanto, a indicação do tratamento e a escolha da via de administração (subcutânea ou sublingual) dependem de uma avaliação médica individualizada.

Medidas complementares para o controle das alergias

Além da imunoterapia, algumas medidas preventivas e de controle são essenciais para minimizar os sintomas alérgicos:

A imunoterapia representa um avanço no tratamento das alergias, proporcionando alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, é fundamental buscar orientação médica para avaliar a indicação e a segurança do tratamento. A combinação da imunoterapia com medidas preventivas e o uso de medicamentos, quando necessário, oferece uma abordagem abrangente para o controle das alergias.

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