11.07.2024 Osteoporose

Evento em Brasília debate osteoporose no Brasil

Frente Parlamentar de Doenças Reumáticas comenta desafios da doença

Representantes de associações de pacientes, especialistas e deputadas da Frente Parlamentar de Doenças Reumáticas se reuniram nesta terça-feira, 9, em Brasília, em um evento em prol da conscientização da osteoporose no Brasil. Um dos objetivos principais, que está alinhado com o propósito central do tratamento desta doença, é o diagnóstico precoce. 

De acordo com a deputada federal Fernanda Pessoa, que é presidente da Frente Parlamentar, a aproximação dos políticos com a sociedade médica é fundamental. “Nós não temos condições de saber de tudo. Então, precisamos estar por dentro dos novos medicamentos e estratégias de tratamento para inserir no SUS e proporcionar igualdade de atendimento”, explica.

A deputada federal pelo Ceará, Fernanda Pessoa, que é presidente da Frente Parlamentar de Doenças Reumáticas
Foto: Camila Tuchlinski

A osteoporose atinge majoritariamente as mulheres. A partir dos 50 anos, o risco para fraturas graves em homens é de 23% contra 50% no público feminino. “Só quem tem osteoporose sabe como é difícil. Nós temos uma porcentagem significativa de famílias cuja principal renda é das mulheres, que são chefes de família. Isso nos preocupa bastante”, enfatiza a deputada. 

Para a farmacêutica Luciana Mensor, que é gerente sênior de Estratégia de Acesso e Experiência do Paciente na Amgen Brasil, é preciso ampliar o olhar para a população feminina. “A gente precisa falar da ‘economia do cuidado’, porque mulheres são muito acometidas pela osteoporose. Se uma mulher fica incapacitada por conta de uma fratura prevenível, quem cuida de quem cuida?”, questiona.

Luciana Mensor, gerente sênior de Estratégia de Acesso e Experiência do Paciente na Amgen Brasil
Foto: Camila Tuchlinski

Custos da osteoporose no Brasil

Luciana Mensor, da Amgen, lembra que dados do Ministério da Saúde revelam registros de 200 mil óbitos por ano no Brasil por fraturas osteoporóticas. “E isso tem um custo para o sistema de saúde que é alto. Porém, entre 60% e 70% da carga econômica da doença é absorvida pelo próprio paciente. Ou seja, são custos indiretos relacionados à perda de produtividade dele. Obviamente que o restante desses custos vai para o sistema de saúde, com fraturas, internações, cirurgias, reabilitação, medicamentos etc. Se a gente conseguisse prever a primeira fratura, seria importante”, salienta.

A fisiatra Perola Plapler, diretora técnica da Divisão de Medicina Física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, debateu com as parlamentares. Ela fez apontamentos sobre como podemos adotar políticas públicas que garantam o acesso à saúde. Entre os questionamentos, abordou-se a necessidade de melhorar a distribuição de aparelhos de Densitometria Óssea. 

“Não é a única maneira de diagnosticar, mas uma das melhores. O que é preciso fazer para ter mais aparelhos no Brasil inteiro? Temos um acúmulo deles em São Paulo, por exemplo, e poucos em outros lugares. Tem locais nas regiões Norte e Nordeste que você tem que fazer viagens de dias e dias para conseguir acesso. Então, as pessoas acabam não fazendo o exame”, analisa a médica.

Participe da consulta pública para a ampliação do uso do romosozumabe para osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa e em falha terapêutica.

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