Gordofobia agrava saúde de quem vive com obesidade

A gordofobia agrava a saúde física e mental de quem vive com obesidade. Este preconceito contra pessoas gordas se manifesta em atitudes, falas, representações negativas e barreiras para a inclusão de pessoas.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), 60,4% das pessoas com obesidade no Brasil relataram terem sofrido gordofobia em consultas médicas. Isto faz com que pessoas com obesidade deixem de procurar atendimento médico, não apenas para tratamento da obesidade, mas também para outras condições.

De acordo com a jornalista e apresentadora do podcast Isso não é sobre corpo, Néli Simioni, é bastante comum a pessoa com obesidade ser diagnosticada em primeiro lugar por esta condição, independentemente de seu quadro geral e do tratamento que está sendo buscado. “A pessoa gorda não tem sua escuta e tratamentos garantidos com dignidade (…). Como resultado, a pessoa pode não receber o diagnóstico correto e o cuidado adequado.”

Gordofobia enquanto agravante da obesidade

O preconceito e o julgamento afastam a pessoa com obesidade de um tratamento integralizado, que possa prevenir o agravamento de determinadas condições. Como exemplo, temos a história de Renata Nascimento, que vive com a obesidade. Aos 33 anos, ela teve um acidente vascular cerebral isquêmico devido a uma comunicação interatrial (CIA) que ela desconhecia, apesar dos sintomas.

Após o AVCI, que a deixou com sequelas, Renata passou a fazer acompanhamento médico. Em 2019, fez cirurgia bariátrica, mas voltou a ganhar peso. Para ela, além das dificuldades que a condição de obesidade lhe impõe, os constrangimentos e julgamentos generalizados são um agravante doloroso.

Néli lembra que, embora o preconceito e desinformação possam atingir a qualquer especialidade médica, alguns segmentos da classe médica têm revisado sua compreensão acerca da obesidade. Assim, considerando os determinantes sociais da condição e buscando um entendimento mais amplo e empático sobre a obesidade.

Baixe o manual “Falar Sobre Obesidade não Precisa ser um Peso”.