21.08.2023 Outras Patologias

Anvisa aprova primeiro medicamento para tratar Doença Ocular da Tireoide na fase ativa

Por CDD

A Doença Ocular da Tireoide é uma condição crônica autoimune rara, grave e progressiva ameaça saúde da visão; saiba mais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprova a primeira e única medicação no Brasil para tratar a Doença Ocular da Tireoide na fase ativa. A DOT, também conhecida como orbitopatia de Graves e oculopatia de Graves, é uma condição crônica autoimune rara e progressiva.

Estima-se que a DOT afete 16 a cada 100 mil mulheres em todo o planeta e 2,9 a cada 100 mil homens. Entre os principais sintomas estão visão dupla, dor e inflamação atrás dos olhos e proptose, que é o olho esbugalhado. Além disso, é comum a sensação de areia, vermelhidão, inchaço, lacrimejamento excessivo, retração da pálpebra e olho seco. 

“Nos estágios iniciais da doença, os sintomas inflamatórios predominam e, eventualmente, podem aparecer e piorar rapidamente”, afirma a médica Suzana Matayoshi, especialista em cirurgia plástica ocular e professora de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da USP.

Para o médico endocrinologista Helton Estrela Ramos, a DOT é muitas vezes negligenciada. “Além disso, tem um impacto social relevante e está associada a efeitos psicológicos significativos que comprometem o bem estar dos pacientes”, diz. Se não tratada corretamente, pode levar a consequências permanentes que comprometem a visão.

A Anvisa aprovou o uso de teprotumumabe como tratamento da Doença Ocular da Tireoide ativa após avaliar evidências científicas com resultados positivos do estudo clínico de fase 3. No relatório, pacientes tratados com o medicamento tiveram uma melhora expressiva da proptose após 24 semanas, por exemplo. 

“As pessoas com DOT aqui no Brasil tinham uma necessidade médica não atendida e, agora, com a aprovação regulatória, poderão contar com um cuidado adequado que atua na fisiologia da doença em si e muda o curso natural da doença”, avalia Fábio Ivankovich, vice-presidente de operações internacionais e gerente-geral da Horizon para o Brasil, América Latina e Canadá. 

O medicamento foi aprovado, em janeiro de 2020, pela Food and Drug Administration dos EUA (FDA). O teprotumumabe é administrado aos pacientes uma vez a cada três semanas, num total de oito infusões. Ele é um inibidor do receptor do fator de crescimento 1 semelhante à insulina e é contraindicado para pessoas com hipersensibilidade ao princípio ativo – teprotumumabe – ou a qualquer um dos excipientes da formulação e gestantes.

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