Neuromielite óptica e anti-aquaporina 4 

Por CDD

O distúrbio do espectro da neuromielite óptica, também conhecido simplesmente como NMO, é uma condição neurológica autoimune rara, porém grave. Seu diagnóstico depende de características clínicas e de neuroimgem, tendo como suporte principal a presença do anticorpo sérico anti-aquaporina 4(1).

Apesar de ser mundialmente rara, é possível que no Brasil tenhamos uma prevalência mais alta que no resto do mundo (2), uma vez que a doença é mais frequente em indivíduos afrodescendentes. Os dados disponíveis sobre a epidemiologia NMO são escassos.

De acordo com informações do DATASUS, há um total de 1000 pacientes com este diagnóstico. No Brasil, estudos regionais indicam prevalência de até 4,52 por 100.000 habitantes. Alguns planos de saúde realizam o teste para detecção do anticorpo, que consta no ROL de procedimentos da ANS. No entanto, a rastreabilidade destes exames é quase impossível.

Em uma ação conjunta com o Departamento Cientifico de Neuroimunologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), dados de 62 neurologistas das 5 regiões do país mostram que, em 2022, foram 1.453 solicitações de exame de anti-AQP4 para pacientes do SUS. Além disso, foram 1.073 para pacientes usuários do sistema privado e cerca de 805 exames foram positivos e confirmaram o diagnóstico. Estes números mostram que, só em 2022, foram, no mínimo, 1.000 casos incidentes.

Em breve, os dados mais completos serão divulgados em informes científicos e poderão ser apreciados pelos interessados.

Referências:

  1. Wingerchuk DM, Banwell B, Bennett JL, et al. International consensus diagnostic criteria for neuromyelitis optica spectrum disorders. Neurology 2015;85:177-189.
  2. Rivera VM, Hamuy F, Rivas V, et al. Status of the neuromyelitis optica spectrum disorder in Latin America. Multiple Sclerosis and Related Disorders 2021;53:103083.
  3. DATASUS. Acesso em 01/10/2023
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