O que aconteceu depois que larguei o cigarro eletrônico? 

Por CDD

Os cigarros eletrônicos, frequentemente comercializados como uma alternativa menos nociva ao tabaco tradicional, têm atraído muitos usuários, especialmente jovens. Isso ocorre principalmente pela aparência moderna e a variedade de sabores.

No entanto, relatos como o do cantor Zé Neto, trazem à tona os perigos ocultos por trás dessa prática. O músico relatou impactos devastadores do uso desses dispositivos em sua saúde física e mental.

O impacto do cigarro eletrônico na saúde

Zé Neto compartilhou em entrevista que o cigarro eletrônico, inicialmente utilizado como uma válvula de escape para lidar com questões emocionais, agravou significativamente sua depressão e prejudicou sua voz, essencial para sua carreira musical. Por isso, o cantor precisou interromper sua agenda de shows durante meses para tratar dos problemas causados pelo vape. Ele relatou ainda que o produto contribuiu diretamente para uma condição pulmonar conhecida como “doença de vidro fosco” e para a piora de sua saúde mental.

De acordo com especialistas, como o pneumologista Thiago Santana, embora o cigarro eletrônico seja relativamente novo, seus efeitos já demonstram ser alarmantes. Ao contrário do que muitos pensam, o vapor emitido não é inofensivo. Ele contém uma mistura tóxica de mais de 2 mil substâncias, incluindo agentes cancerígenos e metais pesados, como níquel e alumínio. Essas partículas ultrafinas podem causar sérios problemas cardiovasculares e pulmonares, como bronquites, crises de asma e até enfisemas.

A relação entre saúde mental e vícios

Além dos danos físicos, o cigarro eletrônico tem forte impacto na saúde mental. A nicotina, substância altamente viciante presente nesses dispositivos, atua diretamente no sistema de recompensa do cérebro, gerando uma sensação de alívio momentâneo. No entanto, esse “alívio” é enganoso. Para indivíduos com predisposição a depressão ou ansiedade, como foi o caso de Zé Neto, o vício pode se tornar uma armadilha, agravando sintomas e dificultando o tratamento.

Por que largar o cigarro eletrônico foi uma decisão transformadora?

Largar o cigarro eletrônico exige coragem e determinação, mas os benefícios são inquestionáveis. Ao abandonar o vício, é possível recuperar a saúde pulmonar, reduzir os riscos cardiovasculares e diminuir a dependência emocional causada pela nicotina. Zé Neto, após enfrentar um longo período de tratamento, conseguiu retomar sua rotina musical e reencontrar um equilíbrio emocional.

Proibição no Brasil e riscos da regulamentação

No Brasil, a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida desde 2009. Contudo, projetos como o PL 5008/2023, que visa regulamentar esses dispositivos, levantam preocupações. Especialistas alertam que ceder às pressões da indústria pode trazer sérias consequências para a saúde pública. “A proporção de jovens fumantes no Brasil é dez vezes menor que nos Estados Unidos, onde o produto é comercializado. Regulamentar os cigarros eletrônicos pode mudar esse cenário”, afirma o Dr. Paulo Cesar Rodrigues Pinto Correa, da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

Deixar o cigarro eletrônico não é apenas uma escolha individual, mas um ato de preservação da saúde e da qualidade de vida. Histórias como a de Zé Neto ressaltam a necessidade de conscientização sobre os perigos do vape e a importância de políticas públicas rigorosas para proteger a população dos danos causados por esses produtos. Largar o cigarro eletrônico pode ser desafiador, mas é um passo essencial para uma vida mais saudável e equilibrada. Recentemente, a dupla Zé Neto e Cristiano puderam voltar a se apresentar para o público brasileiro.

Saiba mais sobre os riscos do cigarro eletrônico.

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