02.10.2023 Osteoporose

Atualização do PCDT de osteoporose é publicada no Diário Oficial da União

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas traz parâmetros sobre Osteoporose no Brasil e diretrizes nacionais para diagnóstico, tratamento e acompanhamento; confira

A atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de osteoporose foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 2 de outubro. De acordo com o texto, assinado pelos secretários de Atenção Especializada em Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, e de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo de Saúde, Carlos Augusto Grabois Gadelha, “Os gestores estaduais, distrital e municipais do SUS deverão estruturar a rede assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento dos indivíduos com essa doença em todas as etapas descritas do documento”. 

A vice-presidente da CDD, Bruna Rocha, comemora e lembra que estava esperando essa publicação desde maio. “Nós comemoramos muito a notícia da atualização do PCDT de osteoporose, porque trabalhamos intensamente nos últimos dois anos na construção deste documento junto com a coalizão de osteoporose, com outras associações e pacientes. Foram 10 anos para atualizar um PCDT que estava defasado. A gente conseguiu a inclusão de três tecnologias em linha de cuidado, o que é muito importante”.  Ela ressalta que começa a contar, a partir desta segunda-feira, para as pessoas terem acesso a essas terapias. “São terapias de ponta que modificam realmente a qualidade de vida de quem tem osteoporose”, finaliza.

O novo PCDT de osteoporose contempla uma lista de medicamentos como ácido zoledrônico, alendronato sódico, calcitonina, calcitriol, carbonato de cálcio e colecalciferol, cloridrato de raloxifeno, estrogênios conjugados, pamidronato dissódico, risedronato sódico, teriparatida e romosozumabe – este último, inclusive, teve consulta pública aberta em novembro de 2022 pela Conitec para o tratamento da osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa, acima dos 70 anos, em falha terapêutica ao padrão de tratamento atual disponível no SUS e em alto risco de fratura por fragilidade. A Comissão, na época, emitiu um parecer desfavorável à incorporação.

Na ocasião, a médica Pérola Grinberg Plapler, especialista em Medicina Física e Reabilitação e integrante do Conselho Científico da Associação Crônicos do Dia a Dia, avaliou o romosozumabe como uma medicação segura, muito eficaz, capaz de aumentar a massa óssea e diminuir a prevalência de fraturas vertebrais e não vertebrais em um período curto de tratamento (máximo de 1 ano). “É uma droga que chamamos de dual, porque age tanto nas células que formam osso, como naquelas que removem as células já existentes. Quando comparando com as outras drogas em uso no mundo, o romosozumabe se mostra mais eficaz, e com a diminuição do número de fraturas, melhora muito a qualidade de vida dos pacientes que fazem uso”, disseNo mundo, estima-se que mais de 200 milhões de pessoas sofram com a doença. Os valores de prevalência dela em mulheres na pós-menopausa aumentam com o avanço da idade. Entre aquelas com 60 anos, a doença afeta 10%; 20% das mulheres de 70 anos; 40% das com 80 e 66% das com 90 anos. No Sistema Único de Saúde, o PCDT indica que o diagnóstico pode ser clínico em pacientes com fatores de risco e com fratura osteoporótica, além da realização de exames.

O que dizem os especialistas sobre atualização do PCDT de osteoporose

A médica Pérola Grinberg Plapler, especialista em Medicina Física e Reabilitação e integrante do Conselho Científico da Associação Crônicos do Dia a Dia, afirma que esta segunda-feira é um dia de comemoração. “A entrada desses medicamentos depois de tantos e tantos anos sem nenhuma alteração, sem nenhuma atualização, realmente é motivo de comemoração para todos aqueles que lidam com osteoporose, que precisam muito desses medicamentos para tratar nossos pacientes”, enfatiza.

A especialista analisa que praticamente todos os medicamentos foram incluídos no novo protocolo, exceto o denosumabe. “Este é um medicamento que não tem nenhum similar a ele, um remédio extremamente importante, principalmente para pacientes que têm problemas renais, como insuficiência renal, então, é uma pena que ele não tenha sido incluído. Mas isso não vai diminuir a nossa alegria em receber todos esses outros medicamentos, em saber que nós vamos ter a mão a possibilidade de tratar nossos pacientes com o que for melhor para cada um deles”, ressalta.

Pérola Grinberg Plapler destaca que, agora, o Brasil tem praticamente todas as medicações do mundo e, com isso, os profissionais de saúde têm mais opções para oferecer uma melhor qualidade de vida para quem tem osteoporose.

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