03.05.2023 Outras Patologias

Qual é a importância da vacinação contra a gripe

Por CDD

Vacina da gripe previne casos graves da infecção e continua disponível nos postos de saúde durante todo o ano

Por Fernanda Simoneto, da Redação AME/CDD

Desde o dia 10 de abril, brasileiros que estão nos grupos-alvo da vacinação contra a gripe podem procurar o imunizante nas unidades de saúde de todo o país. O Ministério da Saúde seguirá com a campanha até 31 de maio, data em que pretende alcançar 90% dos grupos prioritários, o que corresponde a cerca de 81 milhões de brasileiros. 

O público-alvo inclui crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, indígenas, profissionais da saúde, idosos, professores, pessoas com doenças crônicas e com deficiência permanente, profissionais das forças de segurança, de transportes e apenados do sistema prisional e socioeducativo. 

A vacina diminui o risco de contrair as formas graves da doença, as internações e a mortalidade. A influenza, popularmente chamada de gripe, é um tipo de infecção viral aguda que atinge o sistema respiratório. Febre alta, dor de cabeça e no corpo, garganta inflamada, tosse e coriza são alguns dos sintomas associados. Nos episódios mais graves, costuma existir dificuldade respiratória e necessidade de hospitalização. 

“O que a vacina faz é impedir que a infecção chegue às vias inferiores, os pulmões, para evitar os casos graves”, esclarece Eduardo Sprinz, chefe do Setor de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O infectologista explica que a vacina funciona do ponto de vista da proteção tanto individual quanto coletiva. Pelo lado individual, impede que a pessoa desenvolva um quadro grave. Do ponto de vista coletivo, a imunização da população evita a superlotação dos hospitais e a pressão causada nessas emergências médicas.

Os pacientes com doenças crônicas estão entre os grupos prioritários da vacinação, já que apresentam maior risco de complicações pela doença.

Baixa cobertura vacinal

Na campanha de vacinação contra a gripe em 2022, a cobertura vacinal foi de 68,1% do público alvo, muito distante da meta de 90%. Nos meses de janeiro e fevereiro daquele ano, o Brasil registrou 1.722 mortes decorrentes de influenza. O número contrasta com o ano anterior, em que foram registrados 12 óbitos nos mesmos meses. Em 2021, nenhum dos grupos prioritários atingiu a meta de 90% de vacinados

A principal medida para evitar surtos de gripe é vacinar o maior número de pessoas possíveis, uma vez que a doença tem características sazonais. “O que a gente deve dizer para as pessoas é: vacinem-se para evitar as complicações”, afirma. 

Para Eduardo Sprinz, é essencial combater notícias falsas relacionadas à vacinação – bem como a sensação de que a gripe não corre riscos de se agravar, uma impressão causada em parte pela própria eficácia da vacina. “Como as vacinas cumprem sua função, a gente não vê um número tão alto de internações”, explica. “O benefício da vacinação é sempre encoberto pelo próprio sucesso dela”, conclui Sprinz. 

A vacina utilizada no SUS, a mesma administrada em 2022, é produzida pelo Instituto Butantan e protege contra a H1N1, H3N2 e a Influenza B. Na rede particular, é comum encontrar a vacina tetravalente, que inclui a proteção contra um segundo tipo de cepa viral da Influenza B, a Phutek. 

O imunizante produzido pelo Instituto Butantan utiliza a tecnologia do vírus inativado. “É como se colocássemos apenas o esqueleto do vírus. Ele é incapaz de sofrer mutação que o ative, mas induz a formação de defesas no organismo”, explica. A contraindicação existe apenas para crianças menores de 6 meses e para indivíduos com reações alérgicas à vacina.  

A imunização contra a influenza consta no Programa Nacional de Imunização (PNI) desde 1999, então focada em idosos. Desde 2011, outros grupos foram incluídos na iniciativa. 

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