Esofagite eosinofílica: saiba tudo sobre a doença!

Por CDD

O que é esofagite eosinofílica?

Esofagite Eosinofílica (EoE) é uma condição autoimune crônica e progressiva que acontece em decorrência de uma inflamação no esôfago, de origem alérgica. Com efeito, esta inflamação causa danos ao esôfago ao longo do tempo, dificultando a deglutição do alimento cada vez mais. Então, a EoE pode causar dificuldade em engolir e fazer a comida ficar “trancada” no esôfago, que é o tubo muscular que conecta a garganta ao estômago.

O que causa esofagite eosinofílica?

A EoE é causada por inflamação tipo 2, que é uma reação exacerbada do sistema imune causando a inflamação do esôfago. Em suma, esta reação pode ser desencadeada por potenciais alérgenos, alimentares ou respiratórios. Assim, é comum que pessoas que têm EoE tenham histórico de outras doenças deste tipo, como rinite, asma, dermatite atópica, entre outras.  

Leia mais sobre inflamação tipo 2.

A EoE é considerada uma doença rara. No entanto, devido ao fato de ser uma condição subdiagnosticada, os dados de incidência são escassos. Nos EUA, por exemplo, a estimativa é de que sejam 0,5-1 casos a cada 1.000 pessoas.

Sintomas

EoE pode afetar as pessoas de maneiras diferentes. Logo, nem todas as pessoas terão os mesmos sintomas. Existem diferenças entre as formas que a doença se manifesta em crianças e adultos:

Sintomas bebês e crianças

Sintomas semelhantes a refluxo;
Vômito e náusea;
Dor abdominal;
Engasgo;
Ansiedade na hora das refeições;
Recusa alimentar;
Desenvolvimento irregular.
Sintomas adolescentes e adultos

Disfagia (dificuldade de engolir);
Impactação alimentar (alimento “trancado na garganta”);
Sintomas de refluxo;
Azia;
Dor associada a disfagia;
Desconforto na faringe;
Dor torácica.

Como é o diagnóstico de esofagite eosinofílica?

Um dos principais problemas associados a EoE é a progressão da condição devido à dificuldade diagnóstica. 

Embora os sintomas possam aparecer apenas na idade adulta, em muitos casos a pessoa já apresenta sinais desde a infância. Porém, é comum que eles sejam desconsiderados como “peculiaridades para comer”. Isso faz com que, muitas vezes, a pessoa vá adaptando sua forma de consumir alimentos: cortar em porções muito pequenas, beber muito líquido junto às refeições etc.

A demora no tratamento causa piora da condição, devido ao acúmulo de tecido danificado em volta do esôfago. Isso causa uma dificuldade de engolir cada vez maior. 

Em caso de suspeita de EoE, é importante que se faça o exame que confirma o diagnóstico. Um exemplo é a endoscopia alta com biópsia para contagem de eosinófilos, aliada à análise clínica e de histórico do paciente.

Como é o tratamento de esofagite eosinofílica?

O tratamento padrão para EoE atualmente segue três possíveis linhas, que podem ser combinadas: 

a) Terapia com IBP (inibidor de bomba de próton);

b) Esteróides tópicos deglutidos;

c) Dieta de eliminação (de até 6 grupos de alimentos).

Estes tratamentos têm resultados positivos, porém são de difícil aderência. Em casos graves, em que não há resultado de outros tratamentos, pode ser necessária a dilatação endoscópica do esôfago. 

O Brasil já disponibiliza o tratamento com anticorpos monoclonais com o dupilumabe, mas ainda em segunda linha – em caso de falha dos demais ou em que o paciente apresente outras comorbidades.  Este é o primeiro e único biológico que atua na inflamação tipo 2, e já tem prescrição em bula para a EoE.

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