Saiba tudo sobre insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca (IC) acontece quando o coração está fraco e não consegue bombear sangue suficiente para atender plenamente as necessidades dos órgãos do corpo. Esta é uma condição grave e que oferece risco de morte ao paciente.
Cerca de 23 milhões de pessoas no mundo convivem com essa condição. Dados indicam que a sobrevida para a insuficiência cardíaca é menor do que as de câncer de próstata, intestino e mama: após 5 anos de diagnóstico pode ser de apenas 35%, com prevalência que aumenta conforme a faixa etária.
A insuficiência cardíaca é uma condição séria que requer tratamento médico, o qual deve incluir consultas com cardiologistas, exames e medicamentos.
Conversamos com a Dra. Nivia Tosetto, médica cardiologista pela UNIFESP, para tirar algumas dúvidas sobre essa condição e saber o que está disponível pelo SUS para tratamento.
Quais são os sintomas da insuficiência cardíaca?
- Dispneia (falta de ar)
- Edema periférico (inchaço em pernas, pés e tornozelos)
- Redução da energia
- Dificuldades para dormir
- Abdômen inchado, falta de apetite
- Tosse
- Aumento da frequência urinária à noite
- Confusão mental, redução da memória
Quais são os fatores de risco da IC?
A insuficiência cardíaca é uma doença secundária, ou seja, é causada por outras condições prévias que danificaram o coração e impossibilitam esse órgão de bombear o sangue com oxigênio pelo corpo, de forma adequada e suficiente.
Segundo a Dra. Nivia, entre os principais fatores de risco estão infarto agudo do miocárdio prévio, hipertensão arterial sistêmica, doença de Chagas, alcoolismo, entre outros.
Qual a diferença entre os tipos de IC – aguda e crônica?
A IC pode ser caracterizada a partir da intensidade e aparecimento de sintomas.
Na insuficiência cardíaca aguda, os sintomas aparecem repentinamente, mas desaparecem logo, e exigem o atendimento hospitalar de forma emergencial. Essa condição geralmente ocorre após um ataque cardíaco. Também pode ser o resultado de um problema com as válvulas cardíacas que controlam o fluxo de sangue no coração.
Na insuficiência cardíaca crônica, o quadro se desenvolve gradativamente, por vezes ao longo de anos. Os sintomas são contínuos e não melhoram com o tempo, mas com o tratamento adequado, é possível manter a condição estável. A grande maioria dos casos de insuficiência cardíaca é crônica.
Como diagnosticar a IC?
Caso haja a suspeita de que você ou outra pessoa próxima convive com IC, o recomendado é buscar atendimento médico, de preferência com um cardiologista.
Ele fará uma avaliação inicial, perguntando sobre seu histórico clínico, para saber sobre condições prévias, histórico familiar e estilo de vida. Ele pode solicitar também alguns exames complementares para confirmar ou excluir o diagnóstico.
A pessoa que convive com insuficiência cardíaca pode ter uma boa qualidade de vida?
A IC pode afetar aspectos mais distintos na vida dos pacientes e de seus familiares, com impacto na saúde emocional, mudanças em suas relações financeiras, sexuais, de lazer e trabalho, por exemplo.
O tratamento adequado permite que a pessoa com IC tenha uma vida prolongada e mantenha a condição estável. Contudo, pode acontecer de a pessoa ter de conviver com algumas limitações, acrescenta a Dra. Nivia.
Quais são os tratamentos disponíveis para insuficiência cardíaca no SUS?
O SUS oferece às pessoas com insuficiência cardíaca consultas com especialistas, exames como eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma, além de tratamento medicamentoso.
Se eu suspeito que tenho IC, como posso obter tratamento pelo SUS?
Para tratamento pelo SUS, você deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua casa e agendar uma consulta.