

Saúde Mental: Um Pilar do Cuidado em Doenças Crônicas
Conviver com uma doença crônica é um desafio que vai além dos sintomas físicos. Rotinas de tratamento, consultas médicas constantes, efeitos colaterais e a incerteza em relação ao futuro fazem parte da realidade de milhares de pessoas no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são responsáveis por mais de 70% em todo mundo. Esse cenário, inevitavelmente, também afeta a saúde emocional dos pacientes e de suas famílias.
A ansiedade diante de uma nova crise, o medo da progressão da doença ou até a dificuldade de manter planos e projetos de vida são fatores que contribuem para um sofrimento que nem sempre é visível. Esse impacto, muitas vezes silencioso, pode ser tão limitante quanto os sintomas clínicos.
Por que a saúde mental importa?
De acordo com o National Institute of Mental Health (NIH), pessoas que convivem com doenças crônicas têm risco aumentado de desenvolver transtornos como depressão e ansiedade. Esses quadros, quando não tratados, podem prejudicar a adesão ao tratamento, dificultar o autocuidado e comprometer a qualidade de vida.
É preciso compreender que corpo e mente não funcionam de forma separada. O cuidado integral deve considerar ambos. Não basta controlar apenas os sintomas físicos: é necessário oferecer ferramentas que ajudem o paciente a lidar com o peso emocional que acompanha a doença.
Caminhos de cuidado para a mente
Felizmente, existem estratégias que contribuem para a promoção da saúde mental em quem convive com uma doença crônica:
- Psicoterapia: acompanhamento psicológico pode ajudar a elaborar sentimentos, reduzir a ansiedade e fortalecer a autoestima.
- Grupos de apoio: espaços de escuta e troca de experiências são fundamentais para reduzir o isolamento e aumentar a sensação de pertencimento.
- Redes de acolhimento: familiares, amigos e profissionais de saúde que compreendem o impacto emocional da doença se tornam pilares de suporte.
- Atividades complementares: práticas como meditação, exercícios físicos adaptados e atividades criativas ajudam a reduzir o estresse e ampliar o bem-estar.
Esses caminhos não substituem o tratamento médico, mas complementam a jornada, tornando-a mais leve e sustentável.
Um olhar coletivo sobre saúde
Mais do que um desafio individual, a saúde mental de pessoas com doenças crônicas deve ser tratada como uma pauta de saúde pública. Iniciativas que integram o acolhimento psicológico aos protocolos de tratamento físico são fundamentais. Além disso, campanhas de conscientização têm um papel essencial para reduzir o estigma, abrir espaço para o diálogo e mostrar que procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem.
Conclusão
Cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Quando reconhecemos a saúde mental como parte do tratamento integral, damos um passo em direção a uma sociedade mais humana, inclusiva e preparada para apoiar quem vive com doenças crônicas.
Como lembra a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), “a saúde mental é um componente integral, da saúde e do bem-estar que sustenta nossas habilidades individuais e coletivas de tomar decisões, construir relacionamentos e moldar o mundo em que vivemos”. Esse é o convite: olhar para cada pessoa em sua totalidade, reconhecendo que corpo e mente caminham juntos.