Decida hoje por uma vida sem cigarro

Por CDD

Decida hoje por uma vida sem cigarro: o tabagismo permanece como um dos mais graves problemas de saúde pública em escala global. Ele afeta milhões de vidas e impõe um pesado fardo aos sistemas de saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco. Além disso, cerca de 1,2 milhão dessas mortes são o resultado de não fumantes expostos ao fumo passivo.

Muitos fumantes reconhecem os riscos e desejam abandonar o hábito, mas a jornada para uma vida sem cigarro inclui desafios significativos. Neste artigo, mergulhamos profundamente na história inspiradora de José Roberto Barros, de 51 anos. Ele conseguiu superar a dependência e transformar sua vida. Por isso, seu relato oferece insights valiosos sobre os obstáculos enfrentados, as estratégias bem-sucedidas e os benefícios duradouros de uma vida sem tabaco.

Uma vida sem cigarro diante do vício

A jornada de José Roberto com o tabaco começou precocemente, aos 15 anos, uma idade crítica em que muitos jovens que iniciam o hábito. O que começou como um maço por dia rapidamente escalou para três, ilustrando a natureza progressiva e insidiosa da dependência de nicotina. “Comecei a fumar aos 15 anos, inicialmente um maço por dia, mas logo cheguei a três. Chegava a acordar de madrugada para fumar”, conta.

Este comportamento extremo – acordar no meio da noite para fumar – demonstra o poder avassalador que a nicotina pode exercer sobre o corpo e a mente de um fumante. Este é um testemunho da intensidade da dependência física e psicológica que o tabaco pode induzir.

Tentativas iniciais e recaídas

Como muitos fumantes, José Roberto fez várias tentativas de parar ao longo dos anos. Sua primeira tentativa séria resultou em efeitos colaterais significativos. “Uns 10 ou 15 anos atrás, tentei parar pela primeira vez na força de vontade, mas não consegui; minha pressão subiu e fiquei muito nervoso, então voltei a fumar”, compartilha. Por isso, gerenciar os sintomas de abstinência, que podem incluir mudanças no humor, ansiedade e problemas físicos como aumento da pressão arterial, é fundamental para o processo.

Em uma tentativa subsequente, José Roberto experimentou adesivos de nicotina, uma forma de terapia de reposição de nicotina (TRN) comumente recomendada. Inicialmente, ele experimentou algum sucesso: “Cheguei a ficar uma semana sem fumar, e os resultados eram positivos”. No entanto, um evento social e o consumo de álcool levaram a uma recaída perigosa: “Fui a uma festa, bebi, e acabei fumando, esquecendo completamente que estava com o adesivo no braço. Quando fui dormir, acordei todo molhado de sangue, pois tive uma overdose de nicotina: as veias do nariz dilataram devido ao excesso de nicotina.”

Este incidente revela os riscos potenciais de combinar métodos de cessação do tabagismo com o uso contínuo de cigarros, especialmente quando associado ao consumo de álcool. Também destaca a importância de uma abordagem supervisionada e bem informada para parar de fumar.

O caminho para o sucesso

A virada na luta de José Roberto contra o tabagismo veio através de uma combinação de apoio social, orientação médica e farmacoterapia: “Cerca de seis anos atrás, um amigo meu me contou que tinha parado de fumar com um medicamento de um laboratório francês. […] Fiz dois meses de tratamento com esse remédio, chamado Champix”.

O medicamento de prescrição atua nos receptores de nicotina no cérebro, ajudando a reduzir os sintomas de abstinência e o prazer associado ao ato de fumar. A experiência de José Roberto com este medicamento foi transformadora: “[…] Aos poucos, passei a fumar apenas um maço por dia. […] Depois de 45 dias de tratamento, já estava fumando apenas cinco cigarros por dia, até que finalmente consegui parar de fumar”.

É importante citar que José Roberto também experimentou outro medicamento, mas enfrentou efeitos colaterais significativos. Portanto, é imprescindível uma abordagem personalizada e monitoramento médico cuidadoso durante o processo de cessação do tabagismo.

Mudanças positivas e manutenção

Após parar de fumar, José Roberto notou mudanças físicas significativas: “Até minha pele mudou: ao tomar banho, a pele ficava oleosa, e a toalha saía amarelada, o que, segundo o médico, era a nicotina sendo eliminada do organismo”.

Essas mudanças físicas são um lembrete tangível do processo de desintoxicação pelo qual o corpo passa após a cessação do tabagismo. José Roberto também enfatiza a importância de manter a vigilância e o tratamento mesmo após parar: “Não sinto mais vontade de fumar e, por precaução, comprei mais dois meses de tratamento”.

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