

DPOC: quando negar tratamento é negar o direito de respirar
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma das condições respiratórias mais graves e incapacitantes do mundo. De acordo com estudo publicado no International Journal of Chronic Obstructive Pulmonary Disease, a DPOC foi a quarta principal causa de morte no Brasil entre 2000 e 2006, passou a ocupar a quinta posição entre 2007 e 2014 e voltou a ser a quarta entre 2015 e 2016. Cada crise, cada exacerbação, representa risco de internação, de sequelas e, em muitos casos, de perda de vidas.
Apesar desse cenário alarmante, pacientes que convivem com a DPOC enfrentam uma dura realidade: o acesso a novos tratamentos segue restrito e, em alguns casos, negado.
O que aconteceu?
Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) analisou a inclusão de um medicamento inovador para o tratamento complementar da DPOC em seu Rol de Procedimentos.
Apesar das evidências científicas apontando redução significativa de crises graves e hospitalizações, a decisão preliminar foi desfavorável.
O argumento? O impacto orçamentário.
Mas como aceitar que a vida de milhares de pessoas seja colocada em segundo plano diante de cálculos financeiros?
Por que isso é grave?
- A DPOC não é apenas estatística: é perda de qualidade de vida, é a limitação de atividades simples como caminhar, subir escadas ou até conversar.
- A recusa em ampliar o acesso a terapias significa mais hospitalizações, mais custos para o sistema de saúde e, principalmente, mais mortes evitáveis.
- Pacientes com DPOC já convivem com preconceito e invisibilidade. Negar tratamento é aprofundar ainda mais essa exclusão.
O que podemos fazer agora?
A ANS abriu uma Consulta Pública para ouvir a sociedade antes da decisão final. Isso significa que qualquer cidadão pode se manifestar e mostrar que a vida das pessoas com DPOC importa.
Participar é simples:
- Acesse o link: https://componentes-portal.ans.gov.br/link/ConsultasPublicas
- Procure pela consulta pública nº160 e clique em “Participar”.
- Clique no link “consulta pública nº 160 – contribua agora”.
- Preencha todas as lacunas e inicie a sua contribuição
- Na página “explique a situação” selecione a opção “dupilumabe”
- Em seguida, selecione “concordo com a incorporação”
- Preencha a justificativa e envie a sua contribuição.
Não podemos silenciar
Negar tratamento é negar o direito de respirar.
A participação da sociedade é essencial para mudar esse cenário e pressionar por uma decisão que priorize vidas acima de cálculos financeiros.
Participe da Consulta Pública e ajude a garantir mais dignidade e qualidade de vida para quem convive com a DPOC.
Sua voz pode salvar vidas.