E se eu parar de fumar? Saiba como a nicotina afeta saúde mental

Por CDD

E se eu parar de fumar? Se você fuma, provavelmente essa pergunta já passou pela sua cabeça. Mas, você sabe como a nicotina afeta a saúde mental?

O tabagismo é amplamente reconhecido como um grave problema de saúde pública, com consequências devastadoras para a saúde física. Mas, além disso, seus efeitos na saúde mental são igualmente preocupantes e merecem atenção especial. Isso porque a nicotina, substância viciante presente no cigarro, interage de maneira complexa com o cérebro, afetando neurotransmissores e circuitos cerebrais cruciais para a regulação do humor e das emoções. 

Ou seja, a exposição prolongada à nicotina pode levar a desregulações no sistema hipotálamo-pituitária-adrenal e na função dopaminérgica do cérebro. Esse dano contribui para o desenvolvimento de transtornos mentais. Veja exemplos:

Nicotina e Transtorno de Pânico

Estudos científicos evidenciam uma associação entre o tabagismo e o transtorno de pânico. O que significa dizer que pessoas fumantes apresentam uma probabilidade significativamente maior de desenvolver este transtorno. Ele se caracteriza por ataques de pânico repentinos e intensos, acompanhados de sintomas físicos alarmantes, como palpitações, falta de ar, tontura e sensação de morte iminente. 

A nicotina pode atuar como um gatilho para ataques de pânico ao estimular o sistema nervoso simpático, resultando em um aumento na frequência cardíaca e na pressão arterial.

Nicotina e ansiedade

A nicotina também desempenha um papel crucial no aumento dos níveis de ansiedade. Embora muitos fumantes acreditem que fumar proporciona uma sensação de calma e relaxamento, a realidade é que a nicotina aumenta a atividade cerebral, levando a uma sensação temporária de alívio seguida por um aumento subsequente na ansiedade.

A longo prazo, o tabagismo crônico pode resultar em alterações profundas na química cerebral, tornando os indivíduos mais vulneráveis à ansiedade e a outros transtornos de humor. Assista ao vídeo preparado pela CDD sobre a série The Bear para entender na prática como isso pode se manifestar – @cddcronicos, no Instagram.

Evidências da relação entre tabagismo e ansiedade

De acordo com pesquisas, pessoas que fumam têm cerca de duas vezes mais probabilidade de apresentar ansiedade em comparação aos não fumantes, independente da idade, gênero, escolaridade e status socioeconômico. E, ainda, estudos apontam que a ansiedade é a segunda condição de saúde mental mais frequente em fumantes.

Nicotina e depressão

A relação entre nicotina e depressão é complexa e multifacetada. Fumantes têm uma probabilidade maior de desenvolver depressão, e a depressão, por sua vez, pode levar ao tabagismo, como uma forma de automedicação. Ou seja, o tabagismo pode ser usado como uma forma de lidar com os sintomas depressivos, mas, ao mesmo tempo, pode agravar o problema a longo prazo.

A nicotina aumenta temporariamente os níveis de dopamina, um neurotransmissor essencial para a sensação de prazer e recompensa, proporcionando uma sensação fugaz de bem-estar. No entanto, essa sensação é efêmera, e a longo prazo, o tabagismo pode levar à diminuição significativa na produção de dopamina, contribuindo para o desenvolvimento e agravamento da depressão.

Implicações para parar de fumar

Assim, compreender a relação intrincada entre a nicotina e a saúde mental é de suma importância para o sucesso na cessação do tabagismo. Então abordar os sintomas de ansiedade e depressão durante o processo de parar de fumar é fundamental para evitar recaídas e alcançar a abstinência a longo prazo. 

Terapias comportamentais, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), podem ser valiosas ferramentas para ajudar os indivíduos a lidar com os gatilhos emocionais e desenvolver estratégias de enfrentamento saudáveis. Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários para controlar os sintomas de ansiedade e depressão – o que proporciona suporte adicional durante o processo de cessação.

Em resumo…

A nicotina exerce um impacto profundo e duradouro na saúde mental. Seus efeitos aumentam o risco de transtorno de pânico, ansiedade e depressão. Por isso, a cessação do tabagismo, embora desafiadora, é essencial para melhorar a saúde mental e física, proporcionando uma vida mais plena e feliz. 

A fim de cessar o uso, procure ajuda. Para alcançar tal objetivo, abordagens integradas que considerem tanto os aspectos físicos quanto psicológicos da dependência são fundamentais. Além disso, indica-se estratégias personalizadas para lidar com a ansiedade e a depressão. Assim, é possível alcançar o sucesso a longo prazo.

Se você está lutando contra o tabagismo e sofre de transtornos mentais, não hesite em procurar ajuda profissional. Existem recursos e tratamentos eficazes disponíveis para auxiliá-lo(a) nessa jornada em direção a uma vida mais saudável e feliz. Conheça iniciativas e políticas públicas brasileiras que auxiliam nesse processo.

E se ainda tiver dúvidas…

Entenda quais benefícios imediatos e a longo prazo você pode ter se largar o cigarro.

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