Vício e a abstinência dos vapes
Abstinência de nicotina, encontrada nos vapes, pode ser ainda maior entre usuários de cigarros eletrônicos
A participante do BBB Yasmin Brunet “chocou a internet” ao revelar que está sofrendo de abstinência de vape. O cigarro eletrônico, que não é legalizado no Brasil, não pode ser usado no programa, causando na modelo e influencer abstinência de nicotina – a mesma substância que causa dependência no cigarro comum. Fãs estranharam que Yasmin, conhecida por defender um estilo de vida saudável e adepta do veganismo, seja fumante. No entanto, um dos perigos do vape é exatamente o desconhecimento de muitos sobre seus malefícios à saúde e seu potencial de dependência.
O marketing em cima dos cigarros eletrônicos se baseia em serem uma alternativa menos prejudicial ao cigarro comum, ou seja, seria uma forma de redução de danos ou uma transição para sair do tabagismo. Nada disso é verdade. Cigarros eletrônicos são produtos destinados a entregar nicotina em forma de aerossol. A dosagem de nicotina varia de acordo com cada dispositivo, mas é entre 6 e 18 vezes maior do que a de um cigarro convencional. Além disso, por suas características, o vape permite mais tragadas e uso mais frequentes que o cigarro comum, o que o torna mais viciante.
Além da nicotina e aromatizantes, o que o permite que os cigarros eletrônicos tenham diversos sabores, os tornando especialmente atrativos para jovens, é o vapor liberado pelos dispositivos, – que além de conter água, possui também aditivos como partículas metálicas, solventes e diversos tipos de substâncias químicas potencialmente tóxicas. Embora os danos a longo prazo ainda não possam ser apontados devido a serem produtos relativamente novos, já existem diversas pesquisas confirmando a relação dos vapes com hipertensão e risco de infarto, diversos tipos de câncer, diabetes, doenças respiratórias como DPOC, entre outras condições de saúde.
Superar o período de abstinência é o mais difícil
A nicotina é uma droga de absorção e eliminação rápida pelo organismo, uma vez viciada na substância, o usuário sente mal-estar e ansiedade repetidamente ao longo do dia. Para o “cérebro do fumante”, a ansiedade e a falta de nicotina estão insoluvelmente ligadas, por isso, quaisquer sintomas de ansiedade gera a necessidade de fumar para acalmarem-se. Além da ansiedade, a abstinência da substância pode causar sintomas como: dor de cabeça, irritação, suor excessivo, fome compulsiva, tremores, problemas intestinais e no sono, dificuldade de concentração, apatia e até depressão.
O confinamento limita as possibilidades de Yasmin de lidar com a abstinência, mas para quem não está participando de um reality, existem opções de tratamento e caminhos para lidar com os sintomas. Algumas dicas são:
- Buscar tratamento médico e ajuda psicológica;
- Diminuição gradual do consumo de cigarros (eletrônicos ou comuns);
- Terapia de reposição de nicotina, com gomas de mascar ou patches, é uma forma eficiente de lidar com os sintomas mais fortes nos primeiros dias;
- Evitar gatilhos, como álcool ou café;
- Exercícios físicos também podem ajudar a lidar com os sintomas.
Os sintomas físicos de abstinência tendem a durar poucas entre 2 e 4 semanas, depois deste período “o pior já passou” e os resultados já são sentidos, com aumento da eficiência respiratória e capacidade pulmonar, melhora na pressão arterial e da circulação sanguínea. A longo prazo os benefícios são ainda maiores, com melhora na condição de saúde geral e diminuição do risco de desenvolver doenças no futuro.